Fernando Baldin (*)
Automatizar processos que já funcionam manualmente pode parecer um desafio desnecessário para muitas empresas.
Afinal, por que alterar algo que “não está quebrado?”. Esse tipo de resistência é uma realidade comum em organizações de diversos setores, que muitas vezes se apoiam em métodos tradicionais que funcionam, ainda que não da maneira mais eficiente possível. No entanto, a automação de processos representa uma evolução no cenário corporativo e ignorá-la pode significar ficar para trás em um mercado cada vez mais competitivo.
O medo do desconhecido, os custos iniciais e a preocupação com a substituição de funcionários são apenas algumas das barreiras que precisam ser vencidas para que as empresas abracem essa transformação. Contudo, uma análise estratégica revela que os benefícios superam os desafios.
A resistência natural à mudança
É perfeitamente compreensível que as empresas se sintam receosas ao automatizar processos que têm sido executados de maneira eficiente por anos, talvez décadas. As equipes que se especializaram em tarefas manuais podem sentir que a automação ameaça seus empregos, criando um ambiente de insegurança e resistência.
Mas é importante observar que a automação não busca eliminar o papel humano, mas, sim, transformar e aprimorar o trabalho. A resistência, muitas vezes, surge da falta de entendimento sobre o que a automação realmente significa. Ao aliviar as equipes das tarefas repetitivas e operacionais, a automação abre espaço para que os colaboradores possam focar em atividades mais estratégicas, analíticas e criativas, entregando valor em áreas que exigem, de fato, intervenção humana.
O impacto real do retorno sobre o investimento (ROI)
Um dos argumentos mais citados contra a automação é o alto custo inicial. De fato, implementar uma solução robusta de automação exige tempo e recursos, tanto para aquisição quanto para manutenção contínua. No entanto, a pergunta central não deveria ser “Quanto isso custa?”, mas, sim, “Qual o valor gerado no longo prazo?”. Pois, nem tudo que tem preço, tem valor e as coisas de maior valor na vida, não tem preço. O Tempo certamente está esses itens que é um dos maiores ganhos retornados aos profissionais cuja as atividades foram automatizadas.
Ao automatizar processos críticos, as empresas reduzem a ocorrência de erros humanos, aumentam a eficiência operacional e diminuem o tempo necessário para a execução de tarefas. Além disso, as análises mostram que os retornos financeiros são evidentes e consistentes à medida que os processos automatizados se estabilizam. Empresas que adotam a automação em áreas como financeiro, atendimento ao cliente e logística, podem perceber uma redução de até 60% nos custos operacionais após os primeiros 12 meses de implementação.
Além disso, a automação pode escalar de forma que seria impensável para os processos manuais, sem demandar um aumento proporcional de recursos. Isso proporciona uma vantagem competitiva que vai além da economia financeira: a empresa se torna ágil, adaptável e pronta para atender uma demanda crescente de maneira mais rápida e eficiente.
Minimizando o risco de falhas
Outro ponto crítico para aqueles que resistem à automação é o medo de que erros ou falhas no sistema possam causar um impacto ainda maior do que um erro humano. Embora esse risco exista, ele pode ser drasticamente minimizado com uma implementação bem planejada e monitorada. Um sistema automatizado pode ser desenvolvido para identificar, reportar e até mesmo corrigir automaticamente determinadas falhas em tempo real, algo que o trabalho humano não é capaz de realizar com a mesma velocidade e precisão.
O monitoramento constante dos processos automatizados também garante que em caso de erro, ele seja corrigido rapidamente, muitas vezes antes de causar qualquer impacto significativo. Além disso, com a automação baseada em inteligência artificial, é possível prever e evitar falhas antes mesmo que elas ocorram, garantindo um nível de controle muito mais alto do que o possível em um ambiente exclusivamente humano.
A transformação cultural:
O desafio final
A mudança de mindset dentro das organizações é um dos maiores desafios para a automação. O sucesso da automação não depende apenas da tecnologia, mas também de como as pessoas se adaptam a essa nova realidade. Empresas que investem na educação de suas equipes, promovendo treinamentos e workshops sobre as vantagens e oportunidades da automação, colhem frutos muito maiores. A transparência no processo de implementação e o envolvimento ativo dos colaboradores são fundamentais para reduzir a resistência e criar um ambiente de colaboração.
É importante destacar que a automação não retira o protagonismo dos colaboradores, pelo contrário, ela potencializa as capacidades humanas, permitindo que o foco seja redirecionado para áreas que exigem análise, inovação e pensamento crítico. Isso deve ser reforçado desde o início do projeto de automação, mostrando que os funcionários têm um papel essencial no sucesso da transformação.
Uma revolução silenciosa que não pode ser ignorada
A automação não é uma tendência passageira, mas uma revolução silenciosa que já está remodelando a forma como as empresas operam. Quanto antes as empresas aceitarem essa realidade e se adaptarem, mais cedo poderão colher os benefícios de uma operação mais eficiente, ágil e competitiva.
Sim, os processos manuais podem estar funcionando hoje, mas a questão não é sobre o presente e sim sobre o futuro. Empresas que hesitam em adotar a automação estarão inevitavelmente atrasadas frente àquelas que entenderam que essa transformação não é opcional, mas essencial para sobreviver em um mercado cada vez mais dinâmico e exigente.
O caminho para a automação pode ter seus desafios, mas os resultados são inquestionáveis. Mais do que uma simples mudança tecnológica, é uma evolução estratégica que redefine o papel do ser humano nas organizações, transformando as operações e criando oportunidades para o crescimento sustentável.
(*) Country manager LATAM da AutomationEdge.