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Chega de teorias vãs

em Opinião
terça-feira, 26 de julho de 2016

Benedicto Ismael Camargo Dutra (*)

A melhor forma de desenvolver o interesse e a capacidade de discernimento dos estudantes é discutir com eles e ensinar questões ligadas ao nosso tempo e à nossa vida; chega de teorias vãs distantes da realidade.

Estudantes nos EUA são colocados diante de temas como economia, paz, terrorismo, aquecimento global. No entanto, há uma forte pressão que conduz ao marasmo e ao apagão mental, pois faltam iniciativa, bom senso, lucidez e consideração humana. As novas gerações perderam o hábito de ler. Formar cidadãos de qualidade requer seres humanos despertos, que busquem respostas na vida e nos livros.

A crise global avança, mas as preocupações prioritárias continuam sendo com o dinheiro. Mas o inconformismo vai acumulando e já se observam suas manifestações raivosas contra a manipulação da massa quando se tornam evidentes o aumento das desigualdades e a manutenção do colonialismo predatório pelo mundo. Acrescente-se o poder das imagens e pensamentos de ódio e violência que invadem o subconsciente de muitos que perderam o apoio do eu interior, tendo apenas a máquina cerebral como determinante de suas atitudes e decisões sem muita clareza, resultante de múltiplas influências negativas.

Hoje, como ontem, sempre estamos formando o futuro e as consequências virão em conformidade com o que está sendo gerado. As esperanças de melhoria vão se perdendo diante das dificuldades geradas pela falta de responsabilidade para com o futuro. Como dinamizar a economia com o câmbio sendo cotado sem parâmetros confiáveis e com a crescente precarização geral? Sem dinheiro, as pessoas não se aprimoram, cortam o consumo. O mercado vai dando corda para governantes relapsos com os gastos e as contas internas e externas desarrumadas, até que surge o desequilíbrio com o aumento da dívida em relação ao PIB; aí é imposta a austeridade, pois a dívida tende a ficar insustentável.

O problema da precarização global tem fatores conjuntos; a Ásia fornece o território e mão de obra farta, atendendo ao grande interesse das transnacionais. Problemão para manter o nível de empregos com salários compatíveis. A França e EUA se debatem com esse problema. Porém, mesmo com afrouxamento monetário, a reação tem sido pífia, pois o nível salarial é o de serviços simples, não aumenta o consumo, não ocorre aumento de produção interna.

No Brasil, juros elevados inibem o crédito e o consumo. Com juros menores, chegam menos dólares oportunistas afetando o déficit externo, mas o dinheiro sai da “toca” circulando mais. Se o dólar baixa, aumenta o déficit com o crescimento das importações. Se o dólar aumenta, a indústria ameaça reagir. Como resolver essa complicada situação com as manipulações do câmbio, baixo nível de empregos e interesses em produzir na Ásia? O Brasil já queimou boa parte da indústria. Precisamos de uma nova globalização que restabeleça o equilíbrio. Mas quem poderia coordenar isso? O caldeirão social está esquentando e a pressão aumentando.

No mundo dos pensamentos, o cérebro funciona como transmissor e receptor, de acordo com a sua sintonização. Quando o eu interior não conduz o cérebro, ele acaba nos conduzindo e aí prevalecerá a força das conexões para as quais nos abrimos, que adquirem o controle sobre os incautos sem que percebam isso, muitas vezes levando-os a fazer algo que não queriam fazer.

É preciso pensar com clareza no que realmente se quer, seja progredir nos estudos e no trabalho, ou viver bem com as pessoas e com seu cônjuge, ou o que for. Examine sempre o que é importante em sua vida, não deixe que as ninharias possam se interpor entre você e o que você quer, impedindo a vida feliz.

(*) – Graduado pela FEA/USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites (www.library.com.br) e (www.vidaeaprendizado.com.br). E-mail ([email protected]).