Guilherme Cortez (*)
Os ativos estressados, créditos que não foram adimplidos devido a dificuldades financeiras enfrentadas pelo devedor, por muito tempo foram considerados um problema na recuperação de crédito.
Apesar de historicamente serem vistos como problemáticos, sobretudo por normalmente serem relacionados a falências ou recuperações judiciais, os ativos estressados vêm ganhando uma nova perspectiva nos últimos anos. Este cenário tem mudado com o crescente interesse de investidores em adquirir carteiras dessa modalidade, com um deságio atrativo para promover a recuperação do crédito, no montante mais próximo possível da totalidade.
Pensando nisso, preparamos este conteúdo para abordar a importância de realizar uma avaliação segura desta carteira durante a cessão de direitos do crédito.
Antes de tudo, é importante saber que a análise da carteira de ativos estressados é de suma importância para as duas pontas da negociação de uma cessão de direitos do crédito: o possível cedente e o cessionário.
Em um primeiro momento, o possível cedente precisa avaliar a situação de seus recebíveis para determinar se de fato são créditos estressados, ou se a inadimplência do devedor é proposital ou passageira. Neste cenário, por exemplo, pode julgar interessante não realizar a cessão. Já para o possível cessionário, uma vez que tem a oportunidade de realizar uma análise prévia da carteira, pode:
. Mitigar seus riscos de não recebimento
. Definir a quantidade de créditos que são irrecuperáveis
. Munir-se de argumentos para uma eventual negociação do deságio com o credor original, entre outros.
Além disso, nas hipóteses em que um investidor adquire um grande volume de ativos estressados em uma carteira fechada, a análise pode auxiliar a identificar quais os créditos que merecem mais atenção, ou que necessitam de medidas mais urgentes. Quais fatores precisam estar presentes durante a análise da carteira?
Com toda a certeza, é fundamental executar uma análise multidisciplinar quando se trata de ativos estressados, pois são necessárias diversas modalidades de conhecimentos para determinar com assertividade o potencial de recuperação de determinado crédito. De ordem jurídica, por exemplo, são necessárias análises do ponto de vista processual e de direito material para garantir que as possibilidades de alteração no montante ou até extinção da obrigação sejam mitigadas.
De ordem financeiro-econômica, uma análise do passivo, não apenas através de documentação fornecida pelo próprio devedor quando da tomada do crédito, como também através de pesquisas direcionadas para apuração do mesmo, podem evidenciar uma situação de insolvência irreversível, que fatalmente culminara em uma falência, reduzindo drasticamente a possibilidade de recuperação do crédito em uma proporção satisfatória.
Em síntese, ao longo do artigo explicamos a importância de realizar uma avaliação segura da carteira de ativos estressados, tanto para o cedente como para o cessionário.
Dessa forma, contar com um parceiro estratégico durante essa análise é fundamental para potencializar os seus resultados. Na Leme temos soluções disponíveis para análise de carteira e, para conhecer este serviço, é só preencher nosso formulário de contato.
(*) – É graduando em Direito com especialização em investigação patrimonial, ênfase em blindagem e análise de registros imobiliários. Écoordenador de investigações da Leme Forense (www.lemeforense.com.br).