Matthew Gharegozlou (*)
Quem quer que observe de perto o avanço da digitalização irá concordar com a aposta em um crescimento expressivo da demanda de analistas de dados e profissionais com habilidades em desenvolvimento em todas as esferas de negócio.
Em toda parte que se olha, é possível constatar que não apenas o ambiente empresarial está cada vez mais acelerado, mas também que o ciclo de vida das próprias inovações é cada vez mais curto. Num ritmo antes inimaginável, a última tendência tecnológica mais atual pode atingir a maturidade, saturação e obsolescência em questão de poucos meses ou semanas. Assim, as empresas precisam mesmo ser muito ágeis. O suficiente para tirar o máximo partido desses avanços tecnológicos num velocidade compatível com a sua própria e volátil duração.
As mudanças dinâmicas não são típicas apenas da tecnologia, mas ocorre também com as habilidades que são exigidas da força de trabalho. A questão que hoje se coloca ao profissional de tecnologia não é a necessidade de que ele aprenda tudo e domine várias práticas de disciplinas de um uma vez para melhor se posicionar no mercado. As empresas e seus colaboradores precisam mesmo é garantir que estão constantemente aprendendo e melhorando suas competências para atender às demandas cada vez mais dinâmicas e executar a chamada transformação digital que os negócios em geral começam a demandar e que estão prestes a se realizar em todos os segmentos.
Uma grande variedade de oportunidades de trabalho já está começando a emergir ou evoluir a partir de funções existentes, que se tornarão mais essenciais e procuradas. Estas incluem Analista de Dados, Desenvolvedores Web e Especialistas em Integração, como apenas alguns dos exemplos.
Especialistas mais Requisitados – Com o grande volume de dados presumivelmente presentes em uma empresa, e com os diferentes processos que serão necessários para organizá-los e utilizá-los de forma eficaz, uma série de especialistas passarão a ser demandados para fazê-lo. Ambientes como a IoT e a absorção de dispositivos “wearable” irão aumentar a responsabilidade desse profissionais e sua função dentro das organizações ao longo dos próximos dez anos. Tais experts serão obrigados a não só introduzir estas tecnologias no contexto do negócio, mas fornecer o aconselhamento sobre como abarcá-las e assegurar as habilidades para utilizá-las de forma eficaz.
O Desenvolvedor de experiência – Um papel que já é essencial e está em constante evolução é o do desenvolvedor de aplicações. Toda empresa tem um site e muitas têm seus vários aplicativos. Estes itens precisam não apenas ser mantidos atualizados e funcionais, mas se adaptar à evolução cada vez mais rápida do comportamento dos usuários. Isso significa ser capaz de evoluir para múltiplos dispositivos e formatos, através de múltiplos canais. O desafio será combinar essas habilidades para oferecer uma experiência consistente e uniforme à medida que cada empresa adota uma abordagem “unicanal” para interagir com o mundo. Os desenvolvedores capazes de fazê-lo serão os mais procurados.
Lidando com o aumento no volume de grandes dados – Outro papel que tem sido muito discutido é o do Analista de Dados. Ele tem sido especialmente lembrado devido às oportunidades e desafios proporcionados pela crescente quantidade de grandes dados disponíveis nas organizações. O problema com o uso de um termo genérico como “analista de dados” é que essa função é muito mais complexa, devido aos níveis de conhecimento necessários à compreensão, processamento e consolidação que são necessárias para se gerenciar os grandes dados ao longo de toda a corporação.
O papel do Analista de Dados abrange, portanto, uma variedade de posições, incluindo a de analista técnico, analista de marketing, analista financeiro e muito mais. Além disso, a função vai mudar fundamentalmente conforme esses profissionais forem utilizando ferramentas e técnicas mais sofisticadas do que as que vemos hoje. Preparar as pessoas para a força de trabalho já não é apenas formar profissionais para a indústria convencional. Aliás, a própria manufatura de hoje é diferente da de algum tempo atrás. Estamos em uma época em que codificar é também uma atividade industrial.
Da mesma forma a prestação de serviços também é a nova forma de produção em massa, na qual o talento humano é a matéria-prima principal.
(*) – É vice presidente da Progress para a América Latina.