Benedicto Ismael Camargo Dutra (*)
Os recursos naturais do Brasil são os mais valiosos do planeta e, por isso, muito cobiçados. A população tem de ser conscientizada e preparada para a correta utilização desses bens.
As florestas não podem continuar sendo destruídas. Os recursos naturais asseguram a continuidade da vida, sendo a água o sustentáculo. Porém o ar, a água, o solo, e as florestas estão deteriorando de forma exponencial. No momento atual, países, empresas e entidades enfrentam uma fase muito difícil.
O estrago em Mariana, decorrente do vazamento da Samarco, que despejou uma montanha de resíduos tóxicos no rio Doce, revela a displicência com a vida, com as criaturas, com a natureza, tudo pelo pensamento unilateral voltado para os interesses materiais. A recuperação das florestas, das nascentes, da fauna, poderia se constituir numa atividade para dar ocupação, renda e conhecimento sobre a natureza para essas populações desassistidas, mas em vez disso permanece o despreparo, baixa escolaridade, atraso e falta de motivação.
Uma bem coordenada autocracia chinesa resultou em continuadas vantagens na balança comercial, enquanto o Ocidente ficou viciado em ganhos financeiros especulativos, gerando desníveis globais na concentração de renda. Isso pode afetar o nível de empregos, mas provavelmente não afeta o equilíbrio das contas do dólar sempre bem planejadas. O que poderíamos fazer para não cairmos numa autocracia global?
Com a invasão cultural os países jovens e menos preparados estão perdendo o sentimento pátrio. No Brasil, muitas pessoas mal sabem o português, mas utilizam várias palavras estrangeiras sem saber exatamente o significado. Costumes, bandeira, história, nada significam diante da avalanche de informações e motivações superficiais. Declina o potencial da população; não há propósitos. Se as nações tendem a desaparecer por interesses e influências alienígenas, o que virá em seu lugar?
De onde vem a desigualdade econômica? Como se formam grandes fortunas? Com ações imorais como a corrupção, especulação em geral e privilégios. O PIB e lucros se formam com a participação de todos que produzem, utilizando recursos da natureza. A desigualdade na renda se combate com oportunidades gerais, com o esforço dos indivíduos para trabalhar bem e para ampliar seu potencial de forma contínua. Se o ganho vem do trabalho de todos, por que não estabelecer participação no resultado, avaliando o mérito individual?
O Brasil vacilou e agora não sabe como se recuperar, pois enfrentou a inflação com valorização cambial, descuidou do equilíbrio das contas internas e externas, e conforme tabela do crescimento apresentada pelo economista Delfim Neto, desde 1994 vem apresentando crescimento inferior aos emergentes. Há o receio de que a maioria dos candidatos às eleições 2018 não esteja preparada para reconhecer o problema e promover melhoras no crescimento e na qualidade de vida. Precisamos de políticos idôneos e empenhados com o progresso do país, escolhendo equipes competentes.
Privatizar é necessário, pois o Estado-empresário não dá certo porque tudo fica nas mãos dos mandarins que fazem o que querem para beneficiarem a si mesmos. Endividar o país para privatizar tem um aroma de safadeza que vem arruinando o Brasil há décadas. O país perdeu o rumo ao permitir que as maracutaias fossem aceitas, levando à falta de seriedade que desestrutura tudo e incrementa a violência. Governo endividado, empresas em dificuldades, população descontente, produção reduzida.
A retração no mercado interno e o aumento da concentração de renda podem ter como provável causa a “Uberização” da produção mundial com o processo de redução do custo que vai acarretando desemprego crescente onde os custos sejam inelásticos. Para alcançar o progresso real, é indispensável que as pessoas busquem a ampliação do seu potencial de forma continuada.
(*) – Graduado pela FEA/USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Coordena os sites (www.vidaeaprendizado.com.br) e (www.library.com.br). E-mail: ([email protected]).