Emir Pinho (*)
A segurança é um dos serviços públicos que mais preocupa, já que, mesmo com mudanças políticas, ainda não foi registrada uma verdadeira e absoluta solução para o problema.
Um dado divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Datafolha, em maio de 2017, alerta que um terço dos brasileiros com 16 anos ou mais conhece alguém próximo que foi vítima de homicídio ou latrocínio. Já a Pesquisa Nacional de Vitimização aponta que cerca de 72% da população tem medo de ter a residência invadida por bandidos, sendo que 71% tem medo de ter objetos ou veículos tomados à força.
No entanto, mesmo que proporcionar o mínimo de segurança pública seja dever dos órgãos governamentais, o fato é que as empresas têm buscado solucionar – ou amenizar – o problema de outras formas, e uma delas é por meio da tecnologia. Em Santa Catarina, por exemplo, os policiais militares estão alterando o modo de registrar ocorrências ao partirem para um aplicativo chamado PM Mobile.
Esse serviço é disponibilizado para tablets e smartphones, e o intuito é que os agentes levem menos tempo para preencher formulários, otimizando o tempo de trabalho do policial e reduzindo os erros na coleta de dados. Outros dois aplicativos que têm mudado a vida dos cidadãos, nesse caso, especificamente do Jardim Social, em Curitiba, são o Bairro Seguro e o Comércio Seguro.
Segundo o Presidente do Conselho de Segurança do bairro, reduziu em mais de 50% o número de ocorrências registradas desde que os moradores conheceram os apps e passaram a utilizá-los no dia a dia. A Intersept, empresa especializada em tecnologia e segurança eletrônica, foi pioneira em utilizá-los para auxiliar na segurança local, pública e privada, e tem expandido o serviço para outras regiões do estado. O objetivo desses serviços é, sem dúvida, possibilitar maior sensação de segurança aos residentes e comerciantes da área.
Os usuários têm acesso às imagens das câmeras, podem solicitar apoio tático, ativar e desativar alarmes, enviar chamados de emergência como “Pânico”, entre outras aplicações que ampliam a segurança do local protegido e podem ser acessadas de qualquer lugar do mundo a qualquer momento. O morador pode acompanhar o deslocamento das equipes de segurança sabendo o nome do profissional responsável, distância e o tempo exato para o atendimento.
A comunidade também pode contar com o mural de informações digital, em que moradores e comerciantes do bairro podem interagir informando ocorrências presenciadas, compartilhando informações como “elementos ou veículo suspeitos”, “portão esquecido aberto”, “pichação”, e até mesmo “cão abandonado”. Esses dados podem seguir com fotos e vídeos anexados.
O serviço digital é também uma vantagem para as empresas de segurança eletrônica, que passam a contar com mais dois serviços no catálogo de aplicações e podem oferecer aos seus clientes, além de desenvolverem potenciais parcerias com o poder público. Portanto, não há como negar que a tecnologia se tornou, sim, um dos melhores aparatos para auxiliar na gestão das mais diversas frentes.
E, se o Brasil quiser, pode ter muito a ganhar ao conhecer e investir nesses produtos, visto que o objetivo principal é e sempre será o de melhorar a qualidade de vida e o bem-estar da sociedade.
(*) – É Agente Nacional do Bairro Seguro e do Comércio Seguro.