Silvio Comin (*)
É inegável o avanço tecnológico que está transformando a maneira como vivemos e fazemos negócios.
As empresas brasileiras têm se mostrado determinadas em desbravar esse novo horizonte, buscando aprender com negócios estrangeiros e a se adaptar aos movimentos do mercado mundial. Nessa evolução, não podemos esquecer o papel fundamental da indústria nacional de tecnologia, que apoia as empresas na jornada de transformação e impulsiona a economia do País.
Com a evolução dos negócios, surgem novas demandas de inovação dentro das empresas. Observamos um aumento significativo na confiança das organizações em desenvolver produtos e serviços tecnológicos aqui no Brasil, com mais qualidade e segurança. Esse movimento é essencial para o desenvolvimento econômico e social do País, além de gerar empregos e impulsionar a formação de uma mão de obra qualificada.
Uma medida de extrema importância para o desenvolvimento científico e tecnológico brasileiro é a recomposição integral dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), uma das principais fontes de financiamento público para projetos de inovação no Brasil. Essa iniciativa foi acompanhada pela apresentação de uma agenda baseada em políticas orientadas por missões, direcionada para os setores de ciência, tecnologia e inovação (CT&I).
Com a promulgação da Lei 14.577/23, foi criado um crédito suplementar de R$ 4,18 bilhões para investimentos em CT&I, ajudando a recompor integralmente o montante de R$ 9,9 bilhões disponibilizado para investimentos no Fundo ao longo de 2023. Assim, o Brasil fortalece sua capacidade de inovação e pesquisa científica, fomentando sua competitividade e desenvolvimento sustentável, em um ciclo virtuoso.
Com novos estímulos econômicos, a indústria nacional ganha fôlego, uma vez que organizações que antes dependiam exclusivamente de modelos tradicionais de financiamentos agora encontram oportunidades de expansão e crescimento tecnológico. Essa abertura para a inovação permite que as empresas brasileiras atendam às demandas de um público cada vez mais exigente e conectado, ao mesmo tempo em que geram vantagem competitiva para a economia local.
Não há dúvidas de que a indústria nacional de tecnologia desempenha um papel fundamental para o desenvolvimento econômico, social e tecnológico do Brasil. A fabricação de notebooks e PCs, por exemplo, requer uma variedade de habilidades e conhecimentos técnicos, desde engenharia de hardware e software até produção em massa e logística. Ao continuar desenvolvendo uma indústria local nesse segmento, o País cria empregos diretos e indiretos, aumentando o desenvolvimento local. Além disso, contribui para o aumento de produtividade e competitividade internacional diante de grandes players mundiais. A indústria de tecnologia é essencial para a transformação digital de diversos setores, permitindo a modernização de processos, a criação de soluções inovadoras e o aumento da eficiência operacional.
Só teremos avanços locais constantes se construirmos uma base sólida que nos dê condições de crescer. Essa indústria pode estar na vanguarda da criação e implementação de novas tecnologias, como Inteligência Artificial, Big Data, Blockchain e Internet das Coisas, impactando positivamente diversos setores da sociedade e promovendo o avanço científico.
Ao destacar a importância da indústria nacional de tecnologia, é fundamental falarmos de políticas públicas que incentivem a inovação, ofereçam incentivos fiscais e facilitem a colaboração entre as empresas, universidades e o poder público, na chamada triple hélice. A manutenção e aperfeiçoamento dessas políticas públicas, como Processo Produtivo Básico (PPB), Lei do Bem, Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (PADIS), entre outras, são fundamentais para o desenvolvimento da indústria de tecnologia no País. Além disso, é necessário investir em educação de qualidade para formar profissionais capacitados e preparados para atuar nesse setor em constante evolução. Com uma indústria local forte conseguimos reter nossos melhores talentos, sem perdê-los para outras nações.
Portanto, podemos comemorar que os novos investimentos ajudarão o mercado em sua jornada de transformação, no uso de mais computadores e tecnologias. O incentivo motivará as empresas brasileiras a se adaptarem a esse novo ambiente dinâmico e a buscarem conhecimento para aprimorarem suas atividades.
É muito bom ver uma nova energia estimulando as empresas brasileiras, que conseguiram bravamente sobreviver à pandemia. Os fabricantes locais mostraram que são peça-chave para o desenvolvimento do País. Estamos diante de um novo capítulo da indústria nacional que já começa repleto de casos de sucesso e registros importantes para garantir um ambiente de negócios impactantes para as próximas gerações. Que o Brasil brilhe nessa nova etapa!
(*) É Diretor Industrial da DATEN.