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Endividamento familiar e suas consequências

em Negócios
sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Os brasileiros já estão acostumados com despesas fixas como alimentação, transporte, casa, água e energia. Porém, além disso, sempre há gastos adicionais que podem ser parcelados ou pagos com empréstimo. O Brasil é o país que mais usa o cartão de crédito na América Latina e de acordo com uma pesquisa feita pelo SPC, em parceria com o portal Meu Bolso Feliz, 52 milhões de brasileiros usam a função crédito no dia a dia.

O número de cartões ativos no país é ainda maior, alcançando a marca de 87 milhões, o que resulta em uma média de 1,7 cartões por pessoa. Com esse cenário, o número de dívidas tende a aumentar também, pois abre espaço para atrasos no pagamento, um limite não compatível com a renda da pessoa, além de necessidades básicas que podem ser passadas no crédito.

Segundo a professora Tcharla Bragantin, coordenadora dos cursos de Administração e de Ciências Contábeis do Centro Universitário Módulo e Faculdade São Sebastião – FASS, o principal motivo dos endividamentos na atualidade é o aumento da inflação e a consequente diminuição do poder de compra das famílias, pois nos últimos meses os itens básicos de sobrevivência aumentaram muito o valor e em contrapartida não houve o acompanhamento do poder de compra.

Nesse cenário, uma das formas de enfrentar a alta da inflação tem sido com a taxa Selic, que hoje está 13,75%. “O Banco Central, através do Copom, vem aumentando essa taxa como uma forma de frear o acesso ao crédito, ou seja, tentar diminuir a circulação de dinheiro, gerando um desequilíbrio entre a oferta e a demanda.

Quanto menor a demanda e maior a oferta, a tendência é que os preços reduzam, porque as pessoas e empresas não conseguirão vender e a única forma de realizar a venda é abaixando o valor do preço, do produto ou do serviço. Então nesse momento se endividar não é o caminho”, sustenta o coordenador dos cursos de Ciências Contábeis e de Finanças do Centro Universitário de João Pessoa – Unipê, Cristiano Rodrigues.

Para sair da inadimplência e atravessar a crise, o primeiro passo é verificar custos e despesas fixas e variáveis, sugere Cristiano. Contas de energia, de água, de internet, gás de cozinha, combustível, entre outros, são possíveis de reduzir ou cancelar por um determinado período para enxugar as dívidas e honrar os compromissos mensais. Um outro ponto seria criar uma renda extra, tentando empreender e usar a criatividade para melhorar a situação financeira.

Tcharla complementa: é fundamental ter organização e planejamento, colocar no papel todas as dívidas, destacando quais são as essenciais e que precisam ser negociadas mais rapidamente, assim como quais são as maiores que exigem uma negociação um pouco mais detalhada. E ainda procurar os credores, instituições financeiras, aproveitar os feirões de negociação e sempre que possível dar preferência para aquelas que têm a negociação com a menor taxa de juros, priorizando a parcela que cabe no orçamento.

“Para as pessoas que não estão endividadas, essas orientações também são importantes principalmente quando há um planejamento do orçamento familiar. É importante que todos participem da organização para que saibam quais são as reais necessidades financeiras. Não adianta se desesperar se já está endividado. É necessário planejar detalhadamente, sempre que possível buscar uma segunda ou alternativa fonte de renda para complementar a renda.

A gente sabe que as famílias, de uns últimos tempos, vêm com um orçamento muito restrito de adaptação ou readaptação na atual necessidade, então essas dicas de organização e de planejamento são extremamente importantes para que esse endividamento possa ser minimizado ao longo dos próximos meses”, conclui. – Fonte e mais in formações (https://www.unipe.edu.br/).