Na próxima sexta-feira (26), acontece a Black Friday, data que se tornou extraordinariamente importante para o comércio brasileiro. Os consumidores são constantemente bombardeados por ofertas e a proximidade do Natal faz com que muitos pensem em antecipar suas compras, gastando menos dinheiro. No entanto, grandes cuidados devem ser tomados: verificar se os preços realmente estão bons é o primeiro deles.
Para isso, começar a acompanhá-los bem antes é fundamental. Não se pode esquecer que nessa área, milagres não existem: preços absurdamente baixos são sempre sinal de fraude. Nessa época abundam os vigaristas, desde aqueles que simplesmente pretendem obter os dados do cliente para usá-los em outros golpes, até aqueles que montam lojas falsas, às vezes até se fazendo passar por lojas reais, especialmente as de grandes magazines.
Verificar se a loja realmente existe, se o site que está sendo acessado é realmente de quem diz ser, são cuidados fundamentais. Pagar via cartão de crédito é recomendável, pois isso aumenta as chances de diminuir os prejuízos por permitir estorno. Outro ponto a ser cuidado são os prazos de entrega: com os sistemas logísticos congestionados em todo o mundo, é muito possível que ocorram atrasos; comprar presentes de Natal na Black Friday é correr o risco de receber o produto depois daquela data.
Muitas lojas não fazem trocas de produtos, o que é permitido pelo Código de Defesa do Consumidor, desde que a informação esteja clara para consumidor; o fornecedor não tem a obrigação de trocar o produto se este não apresentar defeito.
Nas compras feitas pela internet está previsto por lei o direito de arrependimento em sete dias. Ao exercer esse direito, o consumidor deve receber de volta todos os valores eventualmente pagos, corrigidos monetariamente, incluindo os custos de frete.
Tudo isso é muito bonito, mas na prática é extremamente difícil que o comprador obtenha sucesso em situações desse tipo. Quanto ao que comprar em matéria de eletrônicos, destacam-se os smartphones, que estão na mídia em função da chegada da telefonia 5G, que exigirá novos equipamentos, embora os antigos devam continuar a funcionar, apenas não permitindo acesso a essa nova tecnologia.
Esses novos equipamentos ainda são caros no Brasil, com preços em torno de US$ 1 mil, mas que tendem a cair com o aumento do número de usuários da tecnologia.
Como 5G começará a chegar às capitais apenas em meados de 2022, talvez não valha a pena comprar smartphones que a suportem nesse momento. Notebooks, tablets e smartwatchs também costumam vender bem nessa época, embora as dificuldades com as cadeias de suprimento, especialmente a carência de chips e a alta do dólar, estejam encarecendo todos os eletrônicos.
Quando se fala em notebooks, é importante verificar se eles dispõem de SSD, tecnologia de armazenagem que substitui os discos rígidos. Os softwares atuais tornam as máquinas que não tem SSD muito lentas – verificar se o produto não está saindo de linha também pode ser interessante. Em resumo: para fazer boas compras é preciso acompanhar os preços com atenção e tomar muito cuidado acerca de quem está nos vendendo os produtos.
(*) -É doutor em Ciências pela USP e professor do Programa de Mestrado Profissional em Computação Aplicada da Universidade Presbiteriana Mackenzie.