Nos últimos meses, você ouviu falar de open banking pelo menos uma dezena de vezes, e vai continuar acompanhando muitas discussões sobre o tema. Isso porque, esse sistema bancário aberto – que deve ser totalmente implementado pelo Banco Central (BC) até o final deste ano – promete mudar o atual modelo financeiro do país. Como? Aumentando a concorrência entre os bancos e as fintechs. O objetivo é tornar o setor menos centralizado, levando essas instituições a inovarem mais e criarem novas soluções e produtos para atrair usuários de sistemas bancários.
Com a primeira e a segunda fase já em vigor, as instituições financeiras (IFs) estão, por exemplo, compartilhando informações sobre sua rede de atendimento bancário e seus serviços, e os usuários estão autorizados a compartilhar seus dados pessoais e financeiros com a instituição que quiserem. Para o economista Francisco Carvalho, CEO e fundador da Zipdin, techfin autorizada pelo BC e que opera através de uma plataforma 100% digital, isso é bastante positivo.
Uma vez que qualquer empresa puder acessar os dados dos clientes, todas estarão em um mesmo patamar, com acesso às mesmas informações, e poderão desenvolver e apresentar aos consumidores serviços e produtos personalizados que se encaixem em seu perfil. Mas que benefícios isso trará de fato às pessoas? – Com o open banking, os usuários passam a ser clientes do sistema financeiro nacional e, se escolherem sair da instituição na qual estão, poderão sair e levar suas informações junto, pois serão detentores de seus próprios dados.
“Toda aquela boa reputação construída por anos junto a um banco, não terá sido em vão, não será esquecida. Os clientes com um bom histórico bancário, por exemplo, que sempre pagaram as contas em dia, nunca entraram no cheque especial, poderão receber ofertas melhores das instituições que nunca tiveram experiência com eles, porque elas poderão consultar a experiência do cliente nas outras instituições através de troca de mensagens, via API, de forma rápida e segura”, explica o especialista.
Os dados transitarão apenas entre a instituição tomadora e a receptora dos dados escolhidos pelo cliente – e pelo período que ele determinar. O executivo ressalta ainda outras funcionalidades que o Open Banking permitirá como a oferta mais assertiva de produtos, a oferta de seguro para o cliente que obteve um financiamento para compra do seu carro, ou a consolidação de toda sua movimentação financeira em diferentes bancos e cartões de crédito.
Além disso, toda a morosidade do sistema, do processo de portabilidade, e da leitura e troca de informações ficará no passado, graças à padronização que esse modelo deve gerar, e tudo se dará de maneira mais inclusiva e barata. A expectativa é de que a aderência do público seja grande. Segundo pesquisa da TecBanc/Ipsos, 66% da população considera os novos serviços que o open banking pode gerar como relevantes, e 71% disseram se sentir à vontade para usar tecnologias novas.
De olho nesse mercado, há muitos players se tornando fintechs, ou seja, recorrendo ao Banking as a Service (BaaS), que mantém a marca da empresa, mas assume toda a parte burocrática, processos, interfaces e operações financeiras que envolvem a criação de uma fintech ou banco. O potencial desse setor é tão grande que, em cinco anos, a Zipdin viu sua produção de BaaS aumentar 41 vezes. “Os brasileiros estão cada vez mais abertos às inovações. Pessoas físicas e jurídicas vão promover essa mudança do mercado, e a tendência é que o open banking se consolide”, conclui Francisco Carvalho. – Fonte e mais informações: (www.zipdin.com.br).