Luana Menegat (*)
O lockdown fez com que muitas empresas tivessem que rever o seu posicionamento no mercado. Não poder atuar diretamente com o público trouxe sérias limitações a maioria dos empreendimentos brasileiros.
Neste cenário, empresas que oferecem serviços de forma digital, sem atendimento direto, se destacaram das demais. Sejam essas empresas startups ou não, o uso da tecnologia fez com que continuassem faturando mesmo com as portas fechadas ao público, o que permite não só a saúde financeira da empresa como também a sua evolução e permanência no mercado.
Outro fator importante é que as tecnologias que otimizam o funcionamento dos serviços permitem que menos pessoas realizem mais tarefas, desta forma é possível oferecer um produto ou serviço em larga escala e sem limitação geográfica. Aí é que se enquadram as startups, que buscam escalabilidade ao ofertar para um amplo número de consumidores sem ter que aumentar os custos fixos.
A possibilidade de vender em larga escala sem aumentar o tamanho físico da empresa, permite que os preços sejam mais competitivos, razão pela qual as organizações mais adeptas à tecnologia normalmente oferecem produtos ou serviços a um preço mais baixo do que as tradicionais. É importante destacar que empresas que não vendem em larga escala podem se beneficiar ao utilizar os produtos/serviços das startups.
Justamente pela oferta mais barata, ao mudar de fornecedor e optar por uma startup os empreendimentos podem reduzir o seu custo e, assim, serem mais competitivos no mercado. Um exemplo simples é a troca de contador. Empresas, sejam elas grandes ou pequenas, devem cumprir com certas obrigações perante o governo e para isso precisam de um escritório de contabilidade. O serviço prestado por um escritório tradicional pode ser o mesmo das startups que oferecem contabilidade digital. A diferença está basicamente no preço e na facilidade de poder olhar os dados da empresa quando desejar, afinal, um aplicativo no celular pode ser acessado a qualquer hora.
Em resumo, o que traz competitividade, saúde financeira e a permanência de um empreendimento no mercado, diante da crise do Coronavírus e o seu consequente lockdown, são três fatores: preço baixo, acesso fácil não presencial e qualidade. Esses fatores são relevantes tanto para quem os oferta quanto para quem os consome.
Quem oferta enxerga na crise uma bela oportunidade de crescimento do negócio, ao passo que aqueles que consomem podem reduzir seus custos fixos e garantir sua saúde financeira.
(*) – É CEO da Razonet, startup de contabilidade digital (www.razonet.com.br).