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Indústria reaquece, mas enfrenta dificuldade com matéria-prima

em Mercado
terça-feira, 22 de setembro de 2020

A indústria vem voltando a níveis de produção pré-pandemia, reaquecimento percebido pelo aumento das vendas de embalagens de papelão ondulado, tido como termômetro da economia. O setor obteve registro recorde de expedição de embalagens em julho, alcançando cerca de 335,2 mil toneladas, segundo dados divulgados pela ABPO (Associação Brasileira do Papelão Ondulado), em boletim estatístico mensal.

O volume é o maior desde janeiro de 2005, quando começa a série histórica. Com todos os setores demandando embalagens, apesar de animador, o atual cenário esbarra em um entrave: a falta de matéria-prima para produzi-las. Na Mazurky, empresa de embalagem de papelão ondulado, instalada em São Bernardo do Campo, em julho, foi registrado um crescimento de quase 25% em relação ao mesmo período do ano passado.

Diante da alta, o diretor da empresa, Eduardo Mazurkyewistz, relata que os fornecedores – indústrias fabricantes de celulose e papel – vêm encontrando problemas para atender a todas as demandas. Uma situação que resultou nessa dificuldade foi a diminuição drástica do consumo e descarte de embalagens no período mais acentuado do isolamento social, que alimentavam a indústria de reciclagem de papel. Outro ponto é que a maioria dos catadores de papel, sem matéria-prima para o trabalho e com restrições para atuação, devido ao isolamento, acabou não realizando o ofício.

“O aumento das exportações, em decorrência do câmbio favorável, e a falta de papel e papelão usados para reciclagem estão impactando a produção de papel para fabricação de papelão, o que tem acarretado no aumento de prazos de entregas de matéria-prima para as indústrias que estão na outra ponta, produzindo as embalagens”, fala Mazurkyewistz.

O diretor da Mazurky salienta que os fornecedores de matéria-prima estão lotados de pedidos e o prazo de entrega, que antes era de cinco dias, agora está para mais de um mês. Além disso, os preços estão subindo, acima dos dois dígitos. “A situação preocupa, pois os próximos meses, de outubro e, principalmente, novembro, quando há a Black Friday, são os que o mercado de embalagem de papelão mais demanda”, conclui. Fonte e outras informações: (www.mazurky.com.br).