As pessoas físicas passaram a investir mais em FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) em 2024, segundo relatório da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais) que estreia hoje no ANBIMA Data trazendo uma análise da evolução de diversos setores do mercado. A primeira edição, focada nos FIDCs, mostrou que esse tipo de cotista cresceu 70% comparado ao final de 2023, chegando a cerca de 37,8 mil pessoas.
“A Resolução 175 da CVM abriu as portas para que investidores em geral entrassem nesse produto, que antes era voltado especificamente para investidores profissionais e qualificados. Nossa expectativa é que a adaptação do estoque de FIDCs às novas normas, que acontecerá em novembro deste ano, abra espaço para um crescimento ainda maior que o registrado até aqui” comentou Sergio Cutolo, diretor da ANBIMA.
Entre os cotistas, além dos investidores pessoa física, destaca-se um grupo específico que tem mostrado tendência de aumento tanto em quantidade quanto em patrimônio: os fundos de investimento. Eles são o segundo maior público com cotas de FIDCs.
Atualmente, 75% dos FIFs (Fundos de Investimento Financeiros) que investem nesse produto mantêm no máximo 10% do patrimônio líquido aplicado em FIDCs, proporção que se manteve estável na comparação com 2023.
Ainda em relação aos cotistas, o relatório chama atenção para os fundos abertos que investem em FIDCs fechados. Para o investidor final, esse tipo de investimento pode oferecer risco de liquidez, devido às possíveis dificuldades do fundo aberto para atender a pedidos de resgate. Ainda assim, essa modalidade segue em crescimento. Em maio de 2024, havia 1.656 fundos desse tipo, ante 1.189 em janeiro de 2023, representando um avanço de 39%.
. Tipos de FIDCs – As carteiras que não têm compromisso de concentração em um segmento específico (do tipo FIDC Multicarteira Outros) destacam-se com o maior patrimônio líquido: R$ 123,6 bilhões. Enquanto isso, os FIDCs de Fiagros (Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais) mostram crescimento acelerado, saindo de 15 fundos existentes em janeiro de 2023 para 40 em maio desse ano.
. Liquidez – Em maio, 71,6% dos ativos de FIDCs abertos tinham liquidez superior a 360 dias. Ou seja, em períodos de estresse e grandes ondas de resgate, os gestores desses fundos podem ter dificuldades em liquidar seus ativos e honrar a demanda de seus cotistas. No final de 2023, o percentual era de 65,6%.
Apesar da alta comparada a 2023, o resultado é inferior aos níveis de 2022 e 2021 (80,9% e 85,2%, respectivamente). Fonte: ANBIMA.