Beto Fernandes (*)
Já não é novidade que a ascensão da era tecnológica está redefinindo os paradigmas que regem a percepção do mundo sobre finanças. Nesse cenário em constante evolução, um novo perfil de investidores emerge como protagonista: a Geração Z, composta pelos nascidos entre meados da década de 1990 e o início dos anos 2010.
Caracterizada por sua proficiência digital adquirida desde cedo, essa cohorte demográfica está deixando sua marca no mercado financeiro. Ao crescer em um ambiente em que mídias digitais os conectam a diferentes estilos de vida, esse grupo testemunha, diariamente, exemplos de pessoas que alcançaram sucesso por meio de empreendimentos, carreiras ou investimentos inovadores.
Tudo isso exerce influência significativa em sua formação e perspectivas para o futuro, os motivando a buscar novas formas de aumentar sua renda. Por conta disso, a Geração Z é notavelmente interessada em criptomoedas e tokens, que são mais atraentes devido à sua natureza descentralizada, potencial de crescimento exponencial e oportunidades de investimento diversificadas.
Além disso, percebe-se uma maior valorização da liberdade financeira e autonomia entre esses jovens, características inerentes ao universo das moedas e ativos digitais, que proporcionam transações sem fronteiras e sem a necessidade de intermediários convencionais. Outro fator que impulsiona o crescimento desse tipo de investimento entre esse público é o fácil acesso à educação financeira.
Diferentemente das gerações anteriores – com exceção dos Millenials –, que dependiam principalmente de consultores ou instituições tradicionais para orientação, hoje, é possível acessar uma ampla gama de recursos online para aprender sobre investimentos em criptomoedas, tokens e outros ativos digitais, a qualquer hora e lugar, capacitando os jovens investidores a tomarem decisões informadas e estratégicas em relação aos seus portfólios.
Paralelamente, a flexibilidade concedida pelas ferramentas de investimento online também contribui para o cenário, uma vez que as novas modalidades permitem que pessoas com menor verba disponível participem do mercado financeiro global, ao contrário das barreiras de entrada tradicionais associadas aos investimentos convencionais, como a necessidade de grandes quantidades de capital inicial.
As corretoras de negociação, por exemplo, oferecem a capacidade de comprar frações de ativos digitais com apenas alguns reais, permitindo construir gradualmente um portfólio diversificado ao longo do tempo. Com isso, reduz-se o risco associado a grandes aplicações iniciais, também incentivando uma cultura de poupança e investimento a longo prazo entre a juventude do país, resultando em um futuro econômico mais promissor.
E para envolver ainda mais a Geração Z nesse mercado, é essencial que as empresas do segmento adotem abordagens centradas no digital. As estratégias devem ser adaptadas para refletir a linguagem e os canais de comunicação preferidos dos novos públicos, como redes sociais, influenciadores digitais e plataformas de streaming.
Ademais, oferecer educação financeira personalizada e acessível, juntamente com aplicativos de investimento intuitivos, também ajuda a atrair e reter o interesse dessa audiência. Em suma, o crescente interesse das novas gerações em ativos como criptomoedas e tokens está causando um impacto significativo no setor financeiro global.
Já temos visto uma grande influência na dinâmica do mercado, contribuindo para a expansão das corretoras e incentivando a adaptação das instituições financeiras tradicionais para atender às necessidades desse novo perfil de investidor.
(*) – É analista da Foxbit (https://foxbit.com.br).