Roberto Vilela (*)
O último ano inverteu hábitos e costumes e, destas transformações, emergiram muitas oportunidades. No âmbito empresarial, gestores puderam perceber que a presença dentro dos escritórios não é um parâmetro para a produtividade e dúvidas quanto à gestão à distância foram solucionadas. Novas necessidades e espaços, fizeram com que o trabalho autônomo fosse desmistificado e deslanchasse no mercado.
Em um cenário onde, segundo o Pnad Contínua, aproximadamente 14 milhões de trabalhadores perderam seus empregos durante 2020, plataformas como o GetNinjas, espaço que conecta empresas a profissionais autônomos, o crescimento na adesão a esse modelo de contratação foi de 52% entre março e junho, totalizando uma média de 300 novos cadastros. Enquanto isso, um relatório, desenvolvido pela Fiverr, demonstra que a modalidade teve 79% de aumento por parte dos contratantes.
Dados do Mapa das Empresas do Ministério da Economia, apontam que no último ano houve um crescimento de 8,4% em registros de micro empreendedores em comparação com 2019, totalizando mais de 2.5 milhões de novos certificados. O MEI é uma das alternativas mais adotadas pelos profissionais que apostam no trabalho autônomo, já que permite compensar alguns dos benefícios presente em contratos trabalhistas tradicionais.
Se consolidando como uma opção no mercado, o modelo traz flexibilidade para o trabalhador e simplifica processos ao empregador, que diminui custos ao mesmo tempo que cumpre as demandas necessárias. Assumindo o controle da sua atuação, o profissional passa a ter mais autonomia quanto a sua carga horária e modo de trabalhar, porém, a pessoa também se torna, única e exclusivamente, responsável pelo sucesso. Para tanto, desenvolver habilidades de gestão pessoal é imprescindível.
Como os prazos e as metas seguirão existindo, a dedicação e o foco devem ser os norteadores do profissional, que precisará gerenciar seu tempo, o planejamento financeiro e a administrar seus projetos de maneira clara e objetiva. Saber identificar ferramentas e estratégias que auxiliem o desenvolvimento destas competências é um divisor de águas para o sucesso neste meio.
Além da organização, a determinação depositada no negócio e o profissionalismo nas relações também são essenciais. Criar um portfólio, valorizar, financeiramente, seu serviço e desenvolver relacionamentos com os clientes são fatores que possibilitam o prolongamento de projetos e a fidelização do contratante. Ainda que oportuno, a depender do estilo de vida e objetivos da pessoa, ser um profissional autônomo não é atividade fácil.
Em um mercado de trabalho competitivo, se destacar exige disciplina e adaptabilidade para atender diferentes demandas, com diferentes exigências e oriundas de diferentes perfis. Ser resiliente e buscar se manter atualizado com as demandas do mercado permitem que o profissional, que se aventure nesta jornada, atinja a maior premissa do modelo: a independência.
(*) – É consultor empresarial e mentor de negócios, especialista nas áreas de gestão e estratégias comerciais. É autor dos livros Em Busca do Ritmo Perfeito e Caçador de Negócios (www.orobertovilela.com.br).