Apesar da insegurança provocada pelo desemprego, a enquete mostra que Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas |
São Paulo – Um pouco mais de um terço (37%) das compras da Black Friday deste ano, a megaliquidação do varejo marcada para a penúltima sexta-feira de novembro, é antecipação de compras de Natal. No caso de itens de vestuário, essa fatia é bem maior e chega a 53% do faturamento da megapromoção. Já para os eletrônicos, a participação está abaixo da média e corresponde a 32% das vendas.
Os dados fazem parte de uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) em parceria com a Ferraz Pesquisa de Mercado para saber as grandes tendências do evento deste ano. Nos últimos anos, varejistas e especialistas em mercado de consumo já tinham notado que a Black Friday vinha tomando espaço do faturamento do Natal. No entanto, não havia um dado que mostrasse a ordem de grandeza desse deslocamento de vendas.
“Essa é a grande revelação”, afirma o presidente da SBVC, Eduardo Terra. Apesar da insegurança por parte dos consumidores provocada pelo desemprego em níveis elevados e pelo período pré-eleitoral, a enquete mostra que a totalidade dos entrevistados quer aproveitar a liquidação. O desembolso médio nesses canais de vendas deve ser de R$ 1.283 por pessoa. No ano passado, foi de R$ 1.178.
De acordo com o Ebit, o comércio eletrônico deve faturar R$ 2,43 bilhões na Black Friday deste ano, alta de 15% na comparação com o ano passado. O número de pedidos pode registrar uma expansão de 6,4%, passando de 3,76 milhões para 4 milhões. A desconfiança dos brasileiros nas promoções é elevada. Para 67% dos entrevistados, as promoções ainda não estão num patamar sólido (AE).