Presidente afastada Dilma Rousseff. |
A presidente afastada Dilma Rousseff disse ontem (25) que não pretende participar dos eventos dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em uma “posição secundária”. Em entrevista à Rádio França Internacional, afirmou que o evento tem condições de ocorrer de forma tranquila, principalmente se forem seguidos os procedimentos que já haviam sido estabelecidos na sua gestão, como na área de saúde e segurança dentro dos equipamentos onde acontecerão os jogos.
“Eu não pretendo participar da Olimpíada em uma posição secundária, porque ela é fruto de um grande trabalho do ex-presidente Lula e do grande esforço do governo federal, que viabilizou a estrutura do Parque Olímpico e da Vila Deodoro”. À Rádio França Internacional, ela disse que “o sistema político brasileiro entrou em colapso por vários motivos”, sendo um deles a sessão da Câmara do dia 17 de abril quando, segundo ela, “parlamentares corruptos” proferiram votos contra a corrupção. “A hipocrisia levada ao mais alto grau”, disse, sobre a sessão de votação de abertura do processo de impeachment na Casa.
Para ela, a descrença da população atinge a política em geral e não apenas aqueles políticos que devem ser atingidos, à medida em que as pessoas igualam os políticos que têm práticas antiéticas e de corrupção. Há ainda, segundo Dilma, um grande surto de misoginia no Brasil e um componente sexista no seu afastamento. Ela voltou a afirmar que não autorizou pagamento de caixa 2 na sua campanha à presidência.
Ela explica, entretanto, que as acusações que levaram à abertura do processo de impeachment referem-se às chamadas pedaladas fiscais, a transferência de recursos do orçamento para o Plano Safra, e aos decretos de crédito suplementar. “É uma alegação, porque eles não tinham outro elemento para me acusar e todas as questões relativas a qualquer investigação no Brasil não apresentam base para me acusar. Estou sendo julgada por um não-crime”, disse, afirmando que recorrerá ao STF caso seja aprovado seu impeachment (ABr).