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Procurador critica vazamento, mas admite quebra de sigilo

em Manchete
quinta-feira, 09 de fevereiro de 2017
Gisele Pimenta/Frame

Gisele Pimenta/Frame

Procurador da República, Carlos Fernando dos Santos Lima.

O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, integrante da força-tarefa da Operação Lava Jato no MPF, disse ontem (9) que a quebra do sigilo de delações da Odebrecht pode prejudicar as investigações, mas ressaltou que, “se houver excesso de vazamentos, talvez seja melhor abrir o sigilo”. No último dia 30, a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, homologou as delações de 77 executivos da empresa.
“Se os fatos vêm à tona antes da hora, muitas provas são destruídas. Muitas pessoas são instruídas na maneira de prestar o seu depoimento. É lógico que, para uma investigação mais eficiente, o sigilo é necessário”, disse Santos Lima, após palestra na Amcham, na capital paulista. O procurador também falou sobre os vazamentos das delações: “o que nos incomoda na Lava Jato são as acusações fáceis de que os vazamentos têm origem no Ministério Público. Para nós, é sempre um prejuízo qualquer tipo de vazamento”.
Segundo o procurador, os acordos de leniência passarão a ser cada vez mais raros. “Não posso dizer que não haja possibilidade de um acordo ou outro, dependendo do que for revelado. O que é importante para nós é a matéria revelada e no que aquilo vai nos ajudar na investigação”, explicou. Santos Lima comentou ainda a indicação, pelo presidente Temer, de Alexandre de Moraes para ocupar uma vaga no Supremo e disse que outros ministros da Corte também vieram do meio político. “Historicamente, tivemos grandes ministros do Supremo com origem na esfera política. Eu creio que as pessoas vão se revelar mais ou menos merecedoras do cargo que vão ocupar”, disse .
Para o procurador, o projeto de iniciativa popular que estabelece 10 medidas de combate à corrupção deveria “renascer”. Ele comparou o projeto a uma planta: “não se arranca uma planta dessas da sociedade. Ela vai renascer, pode demorar”, disse. “Às vezes, é bom podar uma planta, para que ela renasça mais forte”, completou (ABr).