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Polarização política e “fake news” impactam confiança no jornalismo

em Manchete
quinta-feira, 13 de junho de 2019
Polarizacao 2 temspaorario

Polarizacao 2 temspaorario

Foto: congressoemfoco/Reprodução

Várias formas de desinformação estão ajudando a minar a confiança na midia.

A polarização política e a disseminação de notícias falsas (fake news) vêm minando a confiança da sociedade nos veículos jornalísticos. Além disso, a produção de informação online vem sendo marcada pelo poder de plataformas (como Facebook e Google) e pela ampliação de serviços pagos, assinaturas. As conclusões estão no Relatório de Notícias Digitais 2019, elaborado pelo Instituto Reuters. O estudo é o mais amplo e notório sobre o mercado jornalístico e os hábitos de consumo de notícias dos usuários na Internet, realizado a partir de entrevistas com leitores em 38 países em seis continentes, entre eles o Brasil.
A radicalização da disputa política e a disseminação de desinformação apareceram como fenômenos importantes na divulgação de informação na web. O Brasil foi o país com maior preocupação manifestada sobre se uma notícia é verdadeira ou falsa: 85% dos entrevistados disseram ter esse receio. Outros países com alto índice de preocupação foram Reino Unido (70%) e Estados Unidos (67%). Já entre nações europeias o índice foi menor, como na Alemanha (38%) e Holanda (31%). Frente a este cenário, 24% afirmaram ter deixado de ler notícias de veículos com reputação dúbia.
“A polarização política encorajou o crescimento de agendas partidárias online que juntamente com os caça-cliques e várias formas de desinformação estão ajudando a minar a confiança na midia, levantando novas questões sobre como entregar reportagens equilibradas a justas na era digital”, analisou Nic Newman, um dos autores do estudo. Como resultado, a confiança das pessoas nos veículos jornalísticos caiu dois pontos, de 44% para 42%. Na comparação entre países, a confiança foi menor na França (24%).
O Whatsapp se tornou a principal fonte de notícias em países como o Brasil (53%), Malásia (50%) e África do Sul (49%). No caso do Brasil, a centralidade do Whatsapp (utilizado por mais de 130 milhões de pessoas) levantou debates como no caso do seu papel nas eleições do ano passado. O relatório também indicou um movimento de pessoas que se informam em grandes grupos de redes sociais com pessoas que não conhecem (ABr).