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Planalto dá ultimato a Renan após críticas à reforma trabalhista

em Manchete
sexta-feira, 28 de abril de 2017
Jane de Araújo/Ag.Senado

Jane de Araújo/Ag.Senado

Líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros.

Brasília – Pessoas próximas ao presidente Michel Temer afirmam que ele está “indignado” com a postura do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), contra as reformas trabalhista e previdenciária. O presidente do partido, Romero Jucá (PMDB-RR), deu um ultimato ao líder.
Jucá declarou que “qualquer decisão sobre a liderança do partido no Senado cabe à bancada de senadores” e que não conversou sobre o assunto com o presidente Temer.
Renan, por sua vez, disse que “não está sabendo” de nenhum tipo de movimento contra ele, nem leu a nota do presidente da legenda “Não sei se há movimento, se não há”, respondeu. Sobre a reforma trabalhista, Renan defendeu que os senadores têm o dever de mudar o texto. Segundo ele, a proposta chega a “constranger” e “coagir” integrantes da base governista.
O líder da bancada atua nos bastidores para atrasar a tramitação da reforma e modificar o texto defendido pelo governo. A ideia seria fazer com que a proposta tenha que passar pelo maior número possível de comissões (pelo menos três), antes de seguir para o plenário.
O senador Airton Sandoval (PMDB-SP) avalia que Jucá deu um recado necessário a Renan. “O líder de uma bancada não pode assumir opiniões pessoais. Entendo que ele, para tomar qualquer decisão, assumir posições a favor ou contra do governo, não pode fazer isso em nome da bancada sem consultá-la. Renan está assumindo opiniões pessoais, atrapalhando o governo, e isso não pode continuar acontecendo”, disse.
O senador Raimundo Lira (PMDB-PB) afirmou que desconhece algum movimento contra Renan na bancada ou interferência por parte de Temer. Ele reconheceu, entretanto, que Renan possui força para influenciar a tramitação da reforma trabalhista. Aliado de Renan, o senador Hélio José (PMDB-DF) afirmou que a bancada está pacificada. Ele lembrou que os peemedebistas representam 33% dos senadores da Casa (AE).