Deputado Celso Russomanno (PRB-SP). |
Brasília – O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, manifestou-se a favor da condenação do deputado Celso Russomanno (PRB-SP) por peculato (desvio de dinheiro público) na ação que corre contra ele no STF, e pediu que o caso seja colocado de forma urgente na pauta de julgamento na Corte. Caso o Supremo decida pela condenação, Russomanno será enquadrado na Lei da Ficha Limpa e ficará impedido de concorrer à prefeitura de São Paulo.
Pré-candidato pelo PRB, o deputado lidera as pesquisas com 26% das intenção de votos, segundo levantamento feito pelo Ibope na semana retrasada. Na primeira instância, Russomanno já foi condenado neste caso a dois anos e dois meses de prisão em regime aberto. A pena foi revertida em trabalhos comunitários e multa de 25 cestas básicas, no valor de R$ 200 cada uma. De acordo com a denúncia do MP, Russomanno empregou, entre 1997 e 2001, em sua produtora, em São Paulo, uma funcionária que trabalhava em seu gabinete de deputado. Ainda segundo a denúncia, o salário desta funcionária era pago pela Câmara.
Em abril, o deputado chegou a pedir autorização para restituir o valor dos salários questionados pelo MP. Na ocasião, a defesa argumentou que, embora convicta da inocência e de uma decisão favorável da Corte, o deputado estaria disposto a pagar para que “não se tenha dúvidas quanto a sua lisura no agir e de sua conduta como homem público”. De acordo com o advogado Marcelo Leal, que defende Russomanno, a intenção de pagar os salários questionados não visava evitar uma eventual condenação, “mas pode atenuar a pena”.
No Supremo, o caso é relatado pela ministra Carmem Lúcia. A expectativa é que o Supremo dê uma sentença neste caso até 15 de agosto, quando encerra o prazo para inscrição de candidatos. A conclusão deste caso é aguardada no meio político paulistano porque vai redefinir a arrumação de forças em torno dos candidatos à prefeitura (AE).