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O ajuste das contas públicas é a principal dificuldade na área econômica

em Manchete
quinta-feira, 12 de maio de 2016

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É preciso estancar a intervenção estatal que há na economia.

“O principal problema do Brasil hoje é fiscal. Se não resolver nosso dilema fiscal, a dívida pública, que está em trajetória insustentável, vai continuar e vai contaminar todos os setores da economia. Então, tem que fazer uma âncora fiscal para mostrar que, na frente, o Brasil vai de novo ter uma dívida pública sob controle”, disse o economista-chefe da CNC, Carlos Thadeu de Freitas. Segundo Freitas, para reduzir despesas é preciso fazer reforma da previdência, desvincular algumas despesas obrigatórias para “sobrar” recursos, cortar subsídios dados a empresas e desvincular benefícios da Previdência dos reajustes do salário mínimo.
O economista Armando Castelar, ex-chefe do Departamento Econômico do BNDES e professor do Instituto de Economia da UFRJ, considera que o problema está no crescimento muito rápido da dívida pública. “Gera preocupações em relação à capacidade do governo arrumar isso, não agora, mas daqui a algum tempo, mantido o ritmo atual. Então, a questão fiscal é essencial. Está afetando a confiança de empresas, de consumidores, de todos”, disse. No final de 2014, a dívida bruta estava em R$ 3,252 trilhões. Em março deste ano, já estava em R$ 4,005 trilhões, equivalente a 67,3% do PIB.
O economista Gilberto Braga, professor da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas Ibmec-RJ, defende um controle maior dos gastos públicos. “É necessário que se estabeleça um rigoroso controle fiscal e ele pode passar pela fixação de limites de gastos, como percentuais de arrecadação, metas de redução de custos”. Para os especialistas, não há necessidade de aumento de impostos agora. “Por enquanto tem que ter uma ordenação das contas. Eventualmente, se não tiver essa ordenação das contas, vai ter que ter aumento de impostos”, disse Freitas.
Depois de encaminhada a solução para os problemas fiscais, Braga defende a redução da burocracia e criação de marcos jurídicos para facilitar e atrair atrair investimentos privados estrangeiros e nacionais. “Por exemplo, a venda da BR Distribuidora”, disse. Na exploração do petróleo, Castelar também defende o avanço para “um modelo que exija menos da Petrobras”. “Esse modelo atual é muito demandante de investimentos da própria Petrobras”.
“É preciso avançar no sentido de fazer acordos comerciais, que permitam o acesso aos mercados de outros países para os produtos de exportação brasileiros. O Brasil ficou totalmente fora dos acordos que foram feitos nos últimos anos [dos acordos do Pacífico, por exemplo]. É importante tomar uma série de políticas que deixem o setor privado funcionar melhor e que tirem essa intervenção estatal muito intensa que houve na economia nos últimos anos”, acrescentou Castelar (ABr).