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Não há ‘milagre’ nem ‘varinha de condão’ na intervenção

em Manchete
quinta-feira, 30 de agosto de 2018
Nao ha temproario

Nao ha temproario

General do Exército, Antonio Barros.

Foto: Antonio Cruz/ABr

Rio de Janeiro – À frente do Comando Conjunto de operações da intervenção federal do Rio, o general do Exército Antonio Barros afirmou ontem (30), que não há “milagre” nem “varinha de condão” no combate à violência no Estado, e chamou os traficantes de drogas de “marginais irracionais”. Ele atribuiu à imprensa o fato de que a sensação de segurança da população não melhora na proporção de alguns índices positivos da intervenção, como a diminuição dos roubos. Os homicídios subiram.
“Está no patamar que gostaríamos? Claro que não. Queríamos que não tivesse uma vítima, um disparo. Mas temos que ver o todo. Os problemas estão sendo abordados e resolvidos”, disse o general a jornalistas que foram ao Comando Militar do Leste acompanhar visita do presidente Michel Temer. “Como nós vamos melhorar a sensação de segurança se não falamos o que está dando certo? Será que está tão ruim assim que não tem nenhum resultado positivo? Tivemos 400 carros recuperados, mais de 1000 barreiras removidas (em favelas)”.
A intervenção foi decretada em fevereiro e as operações integradas com as polícias estaduais começaram em abril. Barros afirmou que a situação no Rio “não é de normalidade” e que os problemas são antigos e persistentes. Lembrou ainda pesquisa que mostrou que 66% da população é favorável à intervenção. “Quando você tem um problema de décadas e décadas, não vão ser em três meses que vamos resolver. Por que será que tem apoio da população para a intervenção?”, indagou. O comandante conclamou a imprensa a divulgar os índices em queda, e não só os que cresceram.
Conforme os últimos dados divulgados, no mês passado houve redução de 29% dos crimes contra o patrimônio na comparação com julho de 2017, quando não havia intervenção. Os roubos de veículos registraram redução de 29%; os roubos de carga, 19%; os roubos de rua, 12%; os roubos seguidos de morte, 46%. No entanto, as mortes em ações policiais dobraram em relação ao mesmo mês em 2017, e os homicídios aumentaram 9%. “Os índices estão caindo, se a sensação não melhora, é porque alguém não está fazendo o papel de informar, e temos de questionar”, disse Barros (AE).