O perigo é a não aprovação de reformas como a da Previdência. |
A elevação da meta de déficit fiscal deste ano de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões não afeta a avaliação sobre o Brasil no curto prazo, informou ontem (16) a agência de classificação de risco Moody’s. Em nota, a agência destacou que a revisão da meta fiscal não deverá impactar a nota do país nos próximos meses, mas advertiu para o risco de a dívida pública explodir nos próximos anos caso o governo não consiga avançar na aprovação de reformas estruturais.
“A magnitude da revisão em 2017 não afeta materialmente nosso cenário-base”, escreveu a analista sênior para ratings soberanos da Moody’s, Samar Maziad. Ela destacou que o aumento do déficit primário em 2018 atrasará o controle do governo sobre a dívida pública, mas considerou que o principal perigo é a não aprovação de reformas como a da Previdência.
“Nossas projeções incorporavam um déficit fiscal primário de 2,4% do PIB em 2017, mas nossa estimativa para 2018 era de um déficit fiscal de 1,7% do PIB. Uma trajetória mais lenta de consolidação fiscal em 2018-2020 é um desdobramento negativo de crédito”, destacou a analista da Moody’s. A mudança na meta de déficit para o próximo ano, fará o resultado negativo nas contas públicas aumentar para 2,2% do PIB em 2018, de acordo com a agência.
Apesar disso, a analista da Moody’s ressaltou que as perspectivas para a nota do Brasil no médio prazo serão mais afetadas pela evolução das reformas propostas do que pelas metas fiscais de curto prazo. “Se aprovada, a reforma da Previdência reduzirá o crescimento das despesas do governo, contribuindo para a restauração da sustentabilidade fiscal e para contenção do aumento da dívida pública”, acrescentou a analista (ABr).