Ministro da Agricultura, Blairo Maggi. |
Brasília – Quase dois meses depois da deflagração da Operação Carne Fraca, o produto brasileiro já “ultrapassou a barreira da desconfiança sanitária” Ainda há, porém, reflexos nas exportações brasileiras, como uma redução da ordem de 3,5% a 4% no preço para alguns mercados. Essa foi a avaliação que o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, fez ontem (10), em audiência na Comissão de Agricultura da Câmara. “Existe uma certa restrição, não uma coisa grave”, disse o ministro.
“Acho que é normal, até natural, que alguns países nesses momentos tentem fazer com que os preços caiam.” A reversão dessa tendência é um trabalho a ser feito. “Não podemos perder os mercados que temos e abrir novos”. Ele observou que o Brasil tem enorme potencial na produção de alimentos e que a tendência é cada vez mais agregar valor. Mas, para isso, é preciso elevar as exportações, pois o mercado interno já está abastecido e há “sobra”.
Justamente para preservar mercados compradores, o ministro embarca hoje (11) para a Arábia Saudita, justamente para preservar mercados compradores. Ele deverá passar também pelos Emirados Árabes, Kuwait e Catar. Os mercados que se mantêm fechados aos produtos brasileiros, disse o ministro, não causam grandes impactos no comércio. São eles: Argélia, Benin, Bahrein, Congo, Antígua e Barbuda, Iraque, Moçambique, Trinidad e Tobago, Zimbábue, São Vicente e Granadinas, Santa Lúcia, Albânia e São Cristóvão e Nevis.
Em oito mercados, entre eles os Estados Unidos e a Rússia, 100% das cargas são inspecionadas. “Isso, para nós, é bom”, disse o ministro. Ele explicou que essas fiscalizações não encontraram nenhum caso de não conformidade, o que ajuda a superar a desconfiança surgida após a ação policial. O ministro repetiu que a comunicação sobre a operação foi equivocada, o que colocou em risco as exportações brasileiras que, no ano passado, somaram US$ 13,77 bilhões. O governo, porém, agiu de forma rápida e coesa para contorná-la (AE).