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Impostos e fiscalização frágil explicam avanço do comércio ilegal, diz Fiesp

em Manchete
sexta-feira, 16 de setembro de 2016
Ayrton Vignola/Fiesp

Ayrton Vignola/Fiesp

Paulo Skaf, presidente da Fiesp, ao lado do pato gigante em Brasília, símbolo da indignação dos brasileiros.

São Paulo – Após divulgação de estudo onde mostra que a indústria paulista perde mais de R$ 13 bilhões para o comércio ilegal, dirigentes da Fiesp criticaram o volume de impostos cobrados no País e pediram maior fiscalização nas fronteiras.
“Por que a pessoa fuma um cigarro contrabandeado? Porque ele é mais barato. O imposto chega a ser vergonhoso no Brasil. Você tem que trabalhar cinco meses para pagar impostos”, afirmou o vice-presidente da entidade patronal, Ricardo Lerner, durante a divulgação de levantamento sobre o mercado de produtos ilícitos
Segundo a Fiesp, o consumo de produtos ilícitos – entre mercadorias roubadas, pirateadas ou contrabandeadas – quase dobrou de tamanho nos últimos cinco anos. Além de citar o excesso de impostos ao justificar a diferença de preços, Lerner criticou a impunidade e a fragilidade do controle nas fronteiras, um facilitador do contrabando. “Um criminoso fica dois ou três anos na cadeia e depois sai. Nosso sistema penal é uma verdadeira peneira”, disse o executivo.
Ele destacou ainda que espera uma ação do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que quando era secretário de segurança pública do governo paulista questionava a permeabilidade nas fronteiras brasileiras. “Agora que ele é ministro tem que cuidar do problema que reclamava”, disse o vice-presidente da Fiesp.
Durante entrevista coletiva, dirigentes da Fiesp citaram sistemas de rastreabilidade, o lançamento de produtos populares – para concorrer com as mercadorias ilícitas – e a formalização ou qualificação de comerciantes informais, para que possam entrar no mercado de trabalho, como alguns dos caminhos de combate contra a concorrência ilegal.
Um dos estudos da entidade também mostrou que 46,7% das empresas da indústria de São Paulo já foram vitimas de algum tipo de crime, gerando um custo adicional em medidas de segurança que pesam na competitividade do setor com concorrentes estrangeiros (AE).