Diretor do FMI para as Américas, Alejandro Werner. |
O diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) para as Américas, Alejandro Werner, afirmou que o anúncio do Banco Central de que não utilizará a política monetária para controlar a alta do dólar é uma decisão adequada. “Para administrar, suavizar e evitar condições desordenadas nos mercados financeiros, como no de câmbio, há outros instrumentos”, afirmou. A política utilizada pelo BC, até agora, tem sido os leilões de swaps cambiais.
O presidente do Banco Central do Brasil, Ilan Goldfajn, havia dito que não iria usar a taxa básica de juros, a Selic, para interferir no câmbio. Ele assegurou que a política monetária continuará sendo utilizada para controlar a inflação, sua função principal. Também afirmou que até o final desta semana ocorrerão leilões adicionais de contrato de swap cambial no valor total de US$ 20 bilhões.
“Cremos que, em termos gerais, são os princípios adequados à condução da política monetária e financeira do Brasil. Claramente, o movimento das moedas dos países desenvolvidos tem impacto sobre os países emergentes”, afirmou o diretor do FMI. Segundo ele, há mercados emergentes vulneráveis, mas também há um grupo de emergentes que tem setor financeiro sólido “que vão permitir enfrentar muito bem a situação”.
Quando questionado se o Brasil estaria entre o grupo de países vulneráveis, o diretor afirmou que o país não tem questões preocupantes relacionadas a vulnerabilidades externas, como problemas em conta corrente. “É uma economia que não tem uma necessidade de financiamento externo grande”, afirmou. Ainda assim, o diretor comentou o desequilíbrio fiscal brasileiro e a importância de discutir o tema durante as eleições deste ano (ABr).