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FHC admite racha no PSDB e diz que situação é ‘ruim’

em Manchete
quinta-feira, 03 de agosto de 2017
Evelson de Freitas/Estadão Conteúdo

Evelson de Freitas/Estadão Conteúdo

FHC admite que a situação é ruim, porque o PSDB está dividido.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu ontem (3) que o PSDB está dividido e que a probabilidade de abandonar o governo de Michel Temer é “de meio a meio”. Tentando amenizar a situação, o tucano, porém, afirmou que a crise política que o Brasil enfrenta “preocupa mais” que os problemas internos do seu partido. “Houve perda de crença nos partidos, e isso inclui o PSDB. A essa altura, me preocupa menos o PSDB do que o cojunto da situação política brasileira. O sistema político que nós criamos, a Constituição de 1988, está esgotado”, disse o tucano em um evento no Instituto FHC.
Questionado sobre o resultado da votação na Câmara, que barrou o pedido da PRG para que o presidente Temer fosse processado, FHC afirmou que ‘foi uma vitória de Pirro’. “Para Temer, essa vitória adianta, mas, para o país, essa não era a questão”. “O país não pode mudar de presidente a cada seis meses. O país tem que ter horizonte de esperança, uma visão que motive as pessoas”, comentou o tucano, explicando que as eleições de 2018 colocarão à prova os nomes que podem “resgatar a confiança dos brasileiros”.
De acordo com FHC, os tucanos deverão apoiar o governo na aprovação das reformas, mas a permanência na base aliada será discutida. “A minha inclinação hoje é: ‘vamos aprovar as reformas e pensar no que fazer no futuro’. Não devemos ter uma posição oportunista, mas não há motivo também para ficar ligado àquilo que não concordamos. Quem deu a sustentação maior do governo foi o ‘centrão’, e eu não concordo com o que o centrão como estilo político”, criticou.
FHC também defendeu a continuação das investigações e ressaltou a necessidade de uma Justiça rápida. “A corrupção foi muito grande no Brasil, pegou muito gente, de vários lados, vários partidos, há uma descrença da população”, disse. “É preciso que os processos continuem, que a Justiça seja mais rápida, porque cansa esperar, esperar, esperar e não ter resultado, e é preciso que haja uma transformação mais profunda. Os partidos estão muito desmoralizados” (Beatriz Farrugia/ANSA).