O Departamento de Defesa dos Estados Unidos instou na sexta-feira (11) a Turquia a interromper sua incursão militar no nordeste da Síria, alegando que a ofensiva ameaça os progressos alcançados na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI). A operação turca contra os curdos também representa um risco para as tropas americanas que continuam na região. Essa é a crítica mais explícita do Departamento de Defesa à incursão da Turquia contra os curdos na Síria.
A ofensiva tem como alvo a milícia Unidades de Proteção Popular (YPG), grupo que integra as Forças Democráticas da Síria (SDF), coalizão aliada dos EUA na guerra que derrotou o “califado” do EI no país árabe. O ataque só começou após os Estados Unidos terem removido cerca de 30 tropas especiais de postos de observação na fronteira entre Síria e Turquia. O porta-voz do Pentágono, Jonathan Hoffman, disse que o secretário de Defesa, Mark Esper, conversou por telefone com seu homólogo turco, Hulusi Akar, e “deixou claro” que os EUA se opõem à ofensiva.
“O secretário Esper encorajou fortemente a Turquia a descontinuar suas ações no nordeste da Síria, para que os Estados Unidos, a Turquia e os outros parceiros encontrem um caminho em comum para esfriar a situação antes que ela se torne irreversível”, declarou. “Espero que a UE tome medidas contra essa postura da Turquia”, disse o ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio. A ofensiva já deixou mais de 340 curdos mortos, segundo o Ministério da Defesa turco, que considera as YPG um grupo “terrorista” por ter ligações com o Partido dos Trabalhadores do Curdistã (ANSA).