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Demanda da Argentina e quebra de safra ditam exportações em 2018

em Manchete
quinta-feira, 14 de dezembro de 2017
Jonas Oliveira

Jonas Oliveira

Redução na produção de soja e milho é motivo da ligeira queda nas exportações.

Rio – A alta das importações em 2018 será puxada pelo crescimento econômico, enquanto a demanda da Argentina e a quebra nas safras de soja e milho marcarão o comportamento das exportações, afirmou ontem (14), o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Mais cedo, a AEB divulgou suas projeções para a balança comercial em 2018, apontando para um superávit de US$ 50,341 bilhões, queda de 23,1% em relação a este ano.
A redução na produção de soja e milho esperada para 2018, após a supersafra de 2017, é o principal motivo por trás da projeção de ligeira queda nas exportações de produtos básicos. Conforme as estimativas da AEB, as exportações de produtos básicos deverão registrar US$ 99,076 bilhões, uma queda de 1,5%. “Isso poderá ser ainda mais negativo, se a quebra na safra vier acompanhada de queda nos preços”, afirmou Castro.
No lado da demanda da Argentina, o crescimento econômico do país vizinho, projetado em 4,0% em 2018, será o grande motor. Essa demanda será o principal impulso para a alta nas exportações de bens industrializados, projetada em 3,6% pela AEB, somando US$ 114,890 bilhões. Os manufaturados deverão registrar exportações de R$ 83 bilhões, alta de 4,3% na comparação com 2017. Ainda assim, lembrou Castro, as vendas de produtos manufaturados ao exterior voltará ao patamar de 2007. Há dez anos, as exportações de manufaturados somaram US$ 83,942 bilhões.
O presidente da AEB chamou atenção ainda para a previsão de aumento na corrente de comércio entre Brasil e Argentina. Isso porque, com a recuperação da economia nacional no ano que vem, a demanda do Brasil fará as importações vindas da Argentina crescerem. A balança comercial entre os dois países deverá encerrar 2017 com um superávit de US$ 8 bilhões para o Brasil, numa corrente em torno de US$ 30 bilhões (AE).