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Delação da Odebrecht deve vir a público em fevereiro

em Manchete
terça-feira, 17 de janeiro de 2017
Divulgação

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Ministro Teori Zavascki.

Brasília – Investigadores da Lava Jato trabalham com a previsão de que todo o conteú­do das delações da Odebrecht seja tornado público na primeira quinzena de fevereiro. A divulgação dos relatos de 77 delatores ligados à empresa causa apreensão no mundo político, que deve ser diretamente atingido pelas investigações. A expectativa é de que o ministro Teori Zavascki, a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, retire o sigilo dos cerca de 900 depoimentos tão logo as delações sejam homologadas.
Como relator da Lava Jato na Corte, cabe a Teori validar as delações. Nos depoimentos, os delatores relatam propina a políticos e operadores no Brasil e fora do País em troca da conquista de obras públicas, bem como o uso de contas e empresas no exterior para viabilizar pagamentos ilícitos. De acordo com fontes, aliados próximos ao presidente da República, Michel Temer, serão diretamente atingidos pela delação da empresa, o que deve trazer turbulência política para o governo.
Após a homologação dos acordos e divulgação do conteúdo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a força-tarefa da Lava Jato podem realizar operações e solicitar diligências, como quebra de sigilo bancário e telefônico de investigados.
Um dos depoimentos tidos como cruciais é o do herdeiro do grupo e ex-presidente da empresa, Marcelo Odebrecht. Considerado o “príncipe” das empreiteiras, Marcelo resistiu a aderir ao acordo de delação. Ele é o único executivo do grupo que continua preso em Curitiba mesmo após a assinatura do acordo, em dezembro. Com a delação firmada, Marcelo cumprirá dez anos de pena no total, sendo que até o final de 2017 permanecerá atrás das grades (AE).