Economista Armando Castelar. |
Ao defender a aprovação da PEC do Teto dos Gastos, o economista Armando Castelar, coordenador do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), disse que o país deve aproveitar a possibilidade de financiamento externo ainda em condições vantajosas. Ele falou aos senadores durante sessão temática, ontem (22). Na opinião do economista, a situação favorável de investimentos externos pode mudar após a posse de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos.
“A janela de oportunidade pode estar se fechando. Pode ser que, já no começo do ano que vem, a situação fique complicada, as taxas de juros subam e o espaço para uma solução se feche. E aí a gente vai ter perdido uma oportunidade de fazer uma mudança gradual e colher benefícios antecipadamente”, disse. Para ele, é urgente a redução do gasto público, que cresceu de forma acelerada nos últimos cinco anos, período de queda do PIB e consequente queda de arrecadação.
“A mensagem é simples: é impossível continuar aumentando o gasto nesse ritmo. O país já gasta muito mais do que arrecada. Se continuar crescendo o gasto, vai gerar uma dívida. A dívida vai explodir e vai acabar em uma situação semelhante ao que a gente vê hoje em estados como o Rio de Janeiro, por exemplo”, alertou. Castelar afirmou que, se tiver a obrigação da despesa sem a receita, o governo poderá ser obrigado a cortar salários e aposentadorias, a menos que decida imprimir dinheiro e arcar com a alta inflacionária.
O economista também afirmou que a PEC do Teto de Gastos é uma opção acertada, pois evitará esses problemas, ao promover o ajuste fiscal de forma gradual. “Não é uma ruptura, não é uma queda abrupta de despesas. Na verdade, não reduz despesas, apenas não permite aumentar gastos em termos reais”, completou (Ag.Senado).