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Brasil concorre a prêmio internacional com programa de cisternas

em Manchete
segunda-feira, 24 de julho de 2017
Camila Bohem/ABr

Camila Bohem/ABr

Cisterna construída na região do Semiárido.

O programa governamental Cisternas, que garante o acesso da população rural do Semiárido à água é um dos seis projetos que concorrem este ano ao Prêmio Internacional de Política para o Futuro (Future Policy Award, em nome original). A World Future Council, em parceria com a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos das Secas (UNCCD), deu destaque a 27 iniciativas oriundas de 18 países.
Apesar de estar na 10ª edição, é a primeira vez que a organização alemã aborda as políticas de subsistência em áreas de condições severas ocasionadas pela seca ou por inundações. O anúncio da classificação dos três primeiros lugares ocorrerá em 22 de agosto e será seguido pela solenidade de entrega dos prêmios, marcada para setembro, em Ordos, na China. A cerimônia integra a 13ª sessão da Conferência das Partes da UNCCD.
Morador da Agrovila Nova Esperança, em Ouricuri (PE), Adão Jesus de Oliveira está rodeado, há quase uma década, pelos feitos alcançados com a instalação das estruturas de captação e armazenamento de água. Com os equipamentos, Oliveira diz que é capaz de enfrentar o baixo volume pluviométrico até o fim do ano. “Temos as tecnologias de água de beber desde quando eu cheguei à comunidade. Antes, era muito difícil, para nós, conseguir água para consumo. Tínhamos que andar 6 quilômetros. Pegava fila de madrugada. Não dava para todo mundo”, lembra Oliveira.
Tudo começou em 2008, quando os moradores da região aderiram ao projeto piloto. Atualmente, eles dispõem de sete reservatórios grandes, cada um com capacidade para 52 mil litros. A melhora na qualidade da água é claramente perceptível, diz Oliveira. Hoje, ele produz hortaliças e cria animais. “Foi muito importante, porque, desde lá, enfrentamos essa grande estiagem, mas nunca mais é água desconhecida. Sabemos a procedência. Não é todo ano que vem enchendo, mas é mais por causa da estiagem. Graças a Deus, estamos usando água da cisterna, beneficiando a comunidade” (ABr).