Ministro da Fazenda, Joaquim Levy. |
Paris – O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, exortou a autoridade monetária a “continuar vigilante” para evitar mais aumento de preços. A declaração foi feita em Paris às margens de uma reunião na OCDE. De acordo com o ministro, “foram feitos alinhamentos necessários” de preços, mas a intervenção do BC é é essencial para impedir que o movimento se transforme em “processo de inflação”.
Questionado sobre o aumento dos preços, Levy os atribuiu a dois movimentos: correções de tarifas represadas e o reflexo da escassez de água, em especial em São Paulo. “Foram feitos diversos alinhamentos necessários”, lembrou, citando a seguir a seca: “Em todo o Estado de São Paulo faltou água, e é normal que em uma situação de escassez haja reflexo nos preços”.
De acordo com o ministro, a crise hídrica torna a trajetória da inflação difícil de prever. “A gente não sabe como será o quadro hídrico no ano que vem, mas no caso da energia elétrica há probabilidades de termos menos dificuldades do que neste ano”, estimou. “Assim, alguns desses aumentos de preços devem se reverter na medida em que as condições da oferta também se ajustem.”
Foi então que Levy se referiu à postura do Banco Central. “O importante neste processo é que o Banco Central continue vigilante, para evitar que o aumento de preços em um momento, que pode ocorrer apenas uma vez, não se transforme em processo de inflação”, recomendou, estimulando que a autoridade monetária use de suas ferramentas para coibir um eventual aumento sistemático de preços. “Para isso, é preciso estar atento aos mecanismos de política monetária” (AE).