O vale-transporte é um benefício garantido ao trabalhador pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e é direcionado exclusivamente ao pagamento de despesas de locomoção entre residência e local de trabalho. Esse direito conquistado pelo brasileiro ganhou novos formatos de concessão, mais modernos e flexíveis para quem deseja, por exemplo, utilizar veículo próprio ou de aplicativo nos deslocamentos.
Um levantamento da Pluxee, líder global em benefícios e engajamento para colaboradores, revelou que o vale-transporte é um dos benefícios mais presentes no mercado de trabalho, sendo recebido por 50% dos entrevistados.
Por ser considerado um dos mais relevantes, novos formatos surgiram, como o auxílio-mobilidade, para atender a perfis diversificados. Mais flexível, neste novo modelo, a empresa pode antecipar créditos, fazer reembolso ou até mesmo acrescentar o valor ao salário do colaborador. Guilherme Carl, diretor comercial da Pluxee, explica as diferenças e vantagens dos modelos nessa entrevista a seguir.
. Há diferença entre vale-transporte e auxílio-mobilidade? – Para Guilherme Carl, Diretor Comercial Middle na Sodexo Benefícios e Incentivo no Brasil, existem algumas diferenças importantes a serem consideradas. O vale-transporte é um direito do trabalhador, previsto na CLT, direcionado para o deslocamento feito em meios de transporte públicos. O empregador tem como obrigação fornecer o benefício a todos os colaboradores que usam o transporte público para ir e voltar do trabalho.
Já o auxílio-mobilidade é um benefício mais flexível e possibilita a utilização para custear a locomoção feita em veículos particulares, carros de aplicativos e também em transporte público. Por exemplo, se o colaborador tem carro e prefere utilizá-lo no trajeto, a empresa pode fornecer a ele o auxílio para ajudar nas despesas com combustível. O mesmo vale para quem prefere usar carros de aplicativos, aproveitando o auxílio para custear parte do valor gasto.
Nesse formato, o uso é mais amplo, flexível e disruptivo, já que é o colaborador quem decide o que melhor atende às suas necessidades. Inclusive, pode substituir o vale-transporte, se o colaborador preferir, por meio de um acordo formal com a empresa empregadora. É uma alternativa muito utilizada pela praticidade e eficiência que proporciona.
Apesar da similaridade entre o vale-transporte e o auxílio benefício, é importante ressaltar que alguns detalhes devem ser levados em consideração na escolha por uma ou outra opção. É imprescindível observar, por exemplo, as exigências estabelecidas pelas leis trabalhistas. O auxílio-mobilidade ainda é uma novidade para a maioria dos trabalhadores.
. Quais as vantagens desse modelo para profissionais e empregadores? – A segurança está entre as principais vantagens desse tipo de benefício, tanto para o colaborador quanto para a empresa. Por exemplo, se o cartão for perdido ou furtado, o próprio usuário pode pedir o cancelamento pelo aplicativo, portal de serviços ou atendimento ao cliente da marca de benefícios. O saldo então é transferido para outro cartão, sem prejuízo, segundo Guilherme.
. O controle de gastos é outra vantagem importante. Do lado das empresas, os RHs conseguem fazer a gestão dos gastos dos colaboradores de forma totalmente digital, por meio de plataformas de gestão do benefício. Conseguem acessar dados como saldo, extrato e movimentações, além de valores, datas e horários em que o vale foi utilizado.
A dinâmica é simples: a empresa faz o crédito no benefício e em instantes o saldo está disponível para uso. O processo é mais eficiente e ainda pode ser planejado. Já o usuário consegue acessar saldo e extratos e planejar melhor os gastos. Ainda assim,a maior vantagem é proporcionar mais liberdade ao profissional, que pode optar pelo modelo mais econômico, mais confortável ou até o que melhore o tempo direcionado a família, amigos ou aproveitado com lazer.
Não estamos falando apenas de economia financeira, mas de qualidade de vida. O auxílio mobilidade evita desgastes eventuais para chegar ao trabalho, como transporte público cheio ou horas perdidas no trânsito, dependendo do perfil do usuário. O simples fato de começar o dia com disposição e tranquilidade interfere na produtividade do profissional.
Aliás, investir no bem-estar do colaborador é uma forma de impulsionar os resultados da equipe. Sabemos que um dos maiores desafios para as empresas é atrair e reter talentos. Hoje, os profissionais valorizam mais as oportunidades que incluem esses e outros tipos de benefícios. Um levantamento realizado pela Pluxee indicou que 76% das pessoas sentem que sua performance no trabalho é afetada quando não cuidam de sua saúde física ou mental.
Porém, 41% das empresas em que trabalham não oferecem nenhum benefício voltado à preservação e manutenção da saúde física (como auxílio médico, auxílio odontológico, apoio psicológico, nutricional, entre outros). Percebemos, com esse levantamento, que ainda há muito para evoluir.
. Qualquer empresa pode oferecer o vale-transporte ou o auxílio mobilidade? – Para Guilherme, qualquer empresa, independentemente do porte ou ramo de atuação, pode oferecer ambos. O vale-transporte segue uma legislação específica, que deve ser cumprida à risca. Já no auxílio-mobilidade, a flexibilidade permite ao empregador e colaborador definirem tanto o formato de pagamento quanto sua periodicidade.
Vale ressaltar que a satisfação do profissional está diretamente ligada ao sucesso do negócio e na sua reputação como marca empregadora. Os benefícios estão entre os itens que mais geram essa satisfação e, por isso, é cada vez mais determinante oferecer recursos e apoio para que o colaborador perceba seu valor dentro da organização. Cerca de 54% dos entrevistados consideram os benefícios uma forma de valorização profissional. – Fonte e mais informações: (www.pluxee.com.br).