presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse, pela primeira vez, que a política fiscal adotada pelo governo Dilma Rousseff desde 2008 não apenas foi ineficaz para gerar crescimento, como também comprometeu a economia do País.
Segundo o presidente do BC, em audiência pública na Câmara, as medidas adotadas “não só não promoveram crescimento como comprometeram a economia do País”. Ele ressaltou que o que o Brasil faz neste momento é restabelecer esforço fiscal, com o objetivo de se preparar para “um novo ciclo fiscal”. “Temos que enfrentar esse período de desaceleração da economia. Ter um sistema saudável capaz de enfrentar esse período”, disse.
O Banco Central esclareceu que o presidente da instituição, Alexandre Tombini, disse que os estímulos adotados desde 2008, e não especificamente no governo Dilma Rousseff, funcionaram naquele momento, mas não geraram crescimento nos últimos dois anos. E que “as políticas que funcionaram em 2008, os estímulos, não produziram crescimento nos últimos dois anos, mas acabaram por, digamos assim, afetar os fundamentos macroeconômicos, em particular os colchões de contenção que nós tínhamos na área fiscal”.
Tombini ressaltou que o que o Brasil faz neste momento é restabelecer os fluxos fiscais, com o objetivo de se preparar para “um novo ciclo fiscal”. “Temos que enfrentar esse período de desaceleração da economia. Ter um sistema saudável capaz de enfrentar esse período”, disse. Ele afirmou que será visto ao longo dos próximos meses uma queda na inflação, com redução significativa do índice no início do ano que vem. Os dados no início de 2015, entretanto, dificilmente serão piores que os primeiros meses deste ano, quando o governo realinhou os preços administrados.
Para Tombini, a expectativa do mercado de que a inflação termine 2016 em 5,5% é positiva, “porém não suficiente para o cumprimento do nosso objetivo”, que é atingir o centro da meta, de 4,5%. Há um evento importante neste ano, que é a normalização das condições monetárias da economia americana. “Deve ser mais para o fim do ano”, ponderou. O presidente do BC disse que o BNDES ainda tem fatia grande no mercado de crédito de longo prazo. Ele lembrou que o banco, seguindo orientação dos ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, irá atuar com recursos escassos, estimulando o mercado de capitais. Tombini disse ainda que os tópicos “inflação” e “estabilidade financeira” são as missões do BC e suas preocupações (AE).