Na reunião com empresários e ministros da área econômica na manhã de ontem (19), no Palácio do Planalto, o presidente em exercício, Michel Temer, avisou que “vai enfrentar todas as resistências” para aprovar as reformas da Previdência e Trabalhista. Na reunião com a equipe econômica, Temer pediu aos ministros presentes que, em 15 dias, apresentem medidas para “buscar ativos” em cada pasta para que se possa fazer parcerias, concessões ou privatizações que possam representar recursos para o governo fazer investimentos.
Apesar de o encontro não ter discutido especificamente os cortes no Orçamento, a questão de venda de dívidas ativas da União no mercado que poderiam ajudar a evitar o contingenciamento entrou na discussão, quando o ministro das Relações Exteriores, José Serra, falou sobre inúmeros projetos que tramitam no Congresso sobre isso. Não foi citado, no entanto, nenhum número que poderia ser arrecadado com a venda de ativos.
O governo comemorou ainda a notícia de que o FMI melhorou a previsão em relação à economia brasileira, pela primeira vez, depois de cinco revisões para baixo. O presidente em exercício quer um pacote de medidas para “animar a economia e o ambiente de negócios” no País.
O corte no Orçamento será discutido em outra reunião. A equipe econômica e o núcleo político do governo de Michel Temer estão em uma nova queda de braço sobre o tamanho do bloqueio de recursos. A Fazenda quer um bloqueio linear de gastos, mas a área política de Temer quer que seja seletivo, com objetivo de preservar, principalmente programas sociais, já que estamos às vésperas da votação do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, no Senado e das eleições municipais.
O valor do contingenciamento deve ser enviado ao Congresso até sexta-feira. Se depender da área econômica, será perto de R$ 20 bilhões. O núcleo político, no entanto, trabalha para que essa cifra fique na casa dos R$ 5 bilhões. No Palácio do Planalto, auxiliares de Temer afirmam que ele fará de tudo para poupar programas como Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida. Na conversa com os empresários, o presidente em exercício ouviu reivindicações do setor.
Os empresários falaram das “grandes dificuldades” que as indústrias estão enfrentando, discurso que já vem ouvindo de outros setores. A terceirização foi outro pedido dos empresários e Temer falou que vai discutir o assunto (AE).
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