Os custos com a saúde nas empresas não param de subir, superando de longe a inflação. Neste contexto, muitas empresas simplesmente não sabem se poderão manter o plano de saúde para os seus colaboradores em um futuro que se aproxima.
Exatamente por isso, algumas organizações até já criaram restrições de acesso e contrapartidas para os funcionários quando utilizam o plano de saúde. Na avaliação de Luiz Edmundo Rosa, diretor da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH Brasil) esse cenário é resultado direto de falta de capacitação e atualização de muitos profissionais que cuidam dessa área.
“Pesquisas e estudos da ABRH demonstram, que apesar do cenário desanimador, podemos sim ter uma perspectiva otimista de mudar essa realidade para bem melhor”, afirma Edmundo, lembrando que estes levantamentos ouviram dezenas de especialistas e centenas de empresas em todo o país – um público qualificado responsável por oferecer planos de saúde para mais de 6 milhões de pessoas.
“Os dados obtidos deixam claro que, quando as empresas adotam as melhores práticas de gestão, seus resultados em saúde evoluem acentuadamente. No entanto, a maior parte das empresas consultadas desconhecia ou não aplicava a maioria dessas melhores práticas. Apenas um pequeno grupo de companhias, chegava a implementar um bom número de práticas positivas para a saúde da empresa, mas deixavam de recorrer a outras de grande valia.
“Com base nesse trabalho, temos a convicção de que existe um real potencial de melhoria no setor, capaz de aprimorar os serviços oferecidos, e, ao mesmo tempo, evitar desperdícios e reduzir o custo das empresas”, acrescenta o executivo. Foi a partir dessa análise criteriosa que nasceu o inédito Programa Empresa Saudável (PES), da ABRH, com o apoio da Agência Nacional da Saúde (ANS) e de um conjunto de instituições de prestígio e especializadas no tema.
A proposta do PES é, justamente, difundir as melhores estratégias, conceitos e práticas no que diz respeito à gestão de saúde dentro das corporações. O programa já conta com dezenas de empresas e está com inscrições abertas. Confira:
- – Conheça a realidade da saúde da empresa – A boa gestão se baseia em dados da realidade. Sem eles, não é possível definir prioridades, escolher ferramentas apropriadas e obter melhores resultados.
É fundamental mapear o estado de saúde dos colaboradores e dependentes, conhecer melhor seus estilos de vida, riscos e oportunidades de melhoria, respeitando sua confidencialidade. A partir disso, é possível escolher ações focadas e eficazes, sem desperdícios.
- – O colaborador deve ser o protagonista da sua saúde – A responsabilidade primária de cuidar da saúde é de cada um. Contudo, um número considerável de pessoas não se cuida bem. O sobrepeso, sedentarismo e estresse já alcançaram níveis preocupantes.
A empresa, contudo, pode mudar essa realidade. Está ao seu alcance informar, educar, estimular e reconhecer a melhoria dos estilos de vida e criar ambientes saudáveis. A empresa que cultiva a saúde, colhe resultados.
- – Investir na prevenção – O melhor investimento em saúde é promover e prevenir. Poupa enormes gastos evitáveis, reduz absenteísmo e licenças, evitando doenças e estimulando a produtividade.
- – Cuidar dos Grupos de Riscos – São aqueles grupos que merecem atenção especial, como diabéticos, hipertensos, cardíacos etc. Quando são bem cuidados, além de ganharem qualidade de vida, deixam de ser os campeões dos custos de saúde.
- – Dar prioridade à atenção primária – Muitas operadoras de saúde já oferecem serviços de primeiro atendimento e medicina à distância, que inúmeras empresas e clientes ainda não utilizam. A atenção primária é o caminho mais rápido para o tratamento certo e sem desperdícios. Estatísticas mostram que a iniciativa pode reduzir em até 90% o uso do pronto-socorro, entre outros gastos desnecessários.
- – Desenvolver uma política de saúde moderna – Ter uma política clara e objetiva é fundamental para que os investimentos em saúde sejam bem-sucedidos. É neste momento que se definem responsabilidades dos colaboradores e líderes pela saúde. Também é importante estabelecer os melhores programas nas especialidades de promoção, prevenção, saúde mental e cuidados em geral.
A organização pode estabelecer, ainda, comitês de saúde para orientar e acompanhar tais programas, buscando engajar líderes e especialistas de áreas diversas. Essa participação e comprometimento será essencial para o sucesso das ações.
- – Ter um Plano Estratégico de Saúde – Para ter sucesso nesta área, o gestor precisa dominar a evolução dos custos de saúde e identificar, rapidamente, os itens que mais pesam. A partir disso, deve avaliar o cenário e planejar as medidas para serem colocadas em prática par reduzir os valores.
Neste sentido, vale definir prioridades de melhorias e integrar todas as ações que empresa faz num plano único que otimize sua eficácia. Para isso, é essencial definir indicadores para acompanhar os planos e acompanhá-los com regularidade, ajustando e aprimorando sempre que necessário. – Fonte e mais informações: (https://www.abrhbrasil.org.br/pes/).