Neste trimestre, o Índice de Confiança da Robert Half (ICRH) apontou um aumento no pessimismo em relação ao mercado de trabalho e à economia, tanto para a situação atual quanto para os próximos seis meses. Por outro lado, o PIB brasileiro surpreendeu positivamente, registrando um crescimento de 1,4% em relação ao primeiro trimestre deste ano, superando as expectativas do mercado. As taxas de desemprego também seguiram em queda, mantendo o mercado de trabalho aquecido.
Esse resultado, no entanto, reflete um cenário econômico global e nacional repleto de incertezas, com grande influência dos desafios inflacionários enfrentados pelos Estados Unidos, que podem desacelerar o crescimento para controlar a alta dos preços. No Brasil, questões econômicas internas continuam a impactar o ambiente de negócios e a confiança no setor privado.
“Diante desse cenário complexo, é natural que o pessimismo cresça. Por isso, é essencial que as empresas adotem estratégias proativas para enfrentar esses desafios e se manterem competitivas. Uma das prioridades deve ser a retenção de talentos e o planejamento das estratégias de recrutamento”, afirma Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul.
Além do resultado consolidado, o ICRH também apresenta os indicadores por categoria. A situação atual melhorou apenas na perspectiva dos Desempregados (+1,0 pp), enquanto Empregados (-2,4 pp) e Recrutadores (-1,1 pp) registraram queda. Em relação à perspectiva para os próximos seis meses, Empregados (-2,7 pp) e Recrutadores (-1,2 pp) se tornaram mais pessimistas, enquanto Desempregados apresentaram uma ligeira alta de +0,2 ponto porcentual.
Além do resultado consolidado, o ICRH também apresenta os indicadores por categoria. A situação atual melhorou apenas na perspectiva dos desempregados (+1,0 pp), enquanto empregados (-2,4 pp) e recrutadores (-1,1 pp) registraram queda. Em relação à perspectiva para os próximos seis meses, empregados (-2,7 pp) e recrutadores (-12 pp) estão mais pessimistas, enquanto desempregados apresentaram uma leve alta de +0,2 pontos percentuais.
Na comparação com o mesmo período do ano anterior, os desempregados foram a única categoria a apresentar redução no pessimismo quanto à situação atual. Olhando para os próximos seis meses, 36% dos desempregados acreditam que há maior chance de conseguirem um novo emprego.
. Recrutadores continuam divididos – Ao analisar o segundo semestre do ano, os recrutadores permanecem divididos: quase metade (48%) não se considera mais empolgada com o que está por vir, enquanto 43% estão mais esperançosos e 9% não souberam responder.
Entre os 43% que estão mais empolgados, os principais motivos são:
- Expectativa de atingir as metas (52%)
- Projetos sendo desengavetados (47%)
- Expectativa de estabilidade econômica (26%)
- Investimentos em tecnologia (23%)
- Confiança no preenchimento das posições em aberto (20%)
Já entre os 48% que não estão:
- Imprevisibilidade econômica (76%)
- Projetos parados (32%)
- Resultados aquém do esperado (24%)
- Não há previsão de abertura de novas vagas (24%)
- Salários pouco competitivos (18%)
Foco na retenção de talentos
Atualmente, 81% das empresas relatam dificuldades na contratação de profissionais qualificados. Entre os recrutadores, 66% acreditam que esse cenário não mudará nos próximos seis meses, e 27% preveem que ficará ainda mais desafiador. Por outro lado, quando questionados sobre demissões, 65% dos recrutadores indicaram que as chances são baixas, um aumento de 5 pontos percentuais em relação ao último trimestre. Nos próximos seis meses, 89% acreditam que as demissões se manterão no mesmo nível ou ainda menores.
“Em tempos de incerteza, manter profissionais de excelência é crucial para garantir a continuidade dos negócios e a inovação necessária para superar as adversidades. Empresas que se posicionam como empregadoras atrativas, oferecendo salários competitivos, um ambiente de trabalho envolvente e oportunidades de desenvolvimento, terão uma vantagem significativa no mercado para atrair e reter talentos”, destaca Mantovani.
. Taxa de desemprego cai para 3,5% entre qualificados – Após um leve aumento no primeiro trimestre do ano, o desemprego voltou a cair, registrando 6,9% para a população geral e 3,5% para profissionais qualificados. Esses índices reforçam a acirrada disputa por talentos, já que a maioria dos profissionais qualificados está empregada. Conforme análise da Robert Half, o mercado de trabalho qualificado está próximo do pleno emprego, ou seja, profissionais que buscam ativamente uma oportunidade e atendem às exigências do mercado permanecem pouco tempo desempregados.
“Para esses profissionais, a recomendação é focar em capacitação contínua e adaptabilidade. A capacidade de aprender novas habilidades, se reinventar e se manter atualizado com as tendências do mercado é mais importante do que nunca. Buscar oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional, manter uma rede de contatos ativa e estar aberto a novas experiências pode ser a chave para atravessar este momento com sucesso”, aconselha Mantovani.
. Profissionais sentem-se menos seguros com o emprego – Atualmente, 56% dos profissionais entrevistados se sentem seguros quanto à manutenção de seus empregos, uma queda de 4 pontos percentuais em relação ao último período avaliado. Para os próximos seis meses, 73% acreditam que a situação se manterá igual, enquanto 16% esperam um aumento na confiança. Em paralelo, quase metade (48%) das pessoas empregadas não se consideram mais empolgadas com o que está por vir, enquanto 45% estão mais esperançosas e 7% não souberam responder.
Entre as 45% que estão mais empolgadas, os principais motivos são:
- Felicidade e motivação com o trabalho (42%)
- Maior convicção das prioridades e exigências em relação ao trabalho (39%)
- Percepção da profissão em alta no mercado (30%)
- Percepção do segmento em alta no mercado (29%)
- Investimento em qualificação e desenvolvimento de novas competências ao longo do primeiro semestre (25%)
Já entre as 48% que não estão:
- Imprevisibilidade econômica (60%)
- Falta de perspectiva de crescimento dentro da empresa (38%)
- Insatisfação com gestores (21%)
- Desmotivação com o trabalho (20%)
- Percepção da profissão em baixa no mercado (19%).
- Fonte e mais informações: (https://www.roberthalf.com/br/pt).