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Seis tendências do mercado de trabalho para 2021: as profissões que ganharam destaque com a pandemia

em Manchete Principal
sexta-feira, 20 de novembro de 2020

o contrário do que acontecia em um passado não muito distante, quando ser médico ou advogado era o objetivo de quem buscava uma carreira promissora, as possibilidades de sucesso em novas ocupações ligadas à ciência e à tecnologia já são – e serão, cada vez mais – significativas.

De acordo com David Forli Inocente, diretor geral de Pós-Graduação e Educação Continuada da Universidade Positivo, o que está havendo atualmente é uma digitalização geral das profissões. “Todas serão impactadas por mais tecnologia, desde o advogado até o geneticista”, afirma. E, com a pandemia, não só aceleraram-se os processos de construção de novas profissões e atualização daquelas que já existem, como a importância de algumas ocupações ganhou destaque, aumentando o interesse dos jovens que se preparam para o Ensino Superior.

“Carreiras evidenciadas pelos problemas causados pelo isolamento social, propagação de fake news e corrida pela vacina tiveram aumento na procura não apenas em cursos de graduação, mas também em especializações e cursos de curta duração. A educação formal como instrumento para interpretação e transformação da sociedade nunca esteve tão em alta”, afirma Inocente. Ele aponta seis tendências do mercado de trabalho para 2021.

  1. – Fact checking – Se, há 20 anos, alguém se apresentasse como especialista em checagem de fatos (ou fact checking, para aqueles mais acostumados ao termo em inglês), provavelmente a curiosidade seria geral. Afinal, com uma internet que ainda engatinhava no início dos anos 2000, pensar em um profissional inteiramente dedicado a essa função era inimaginável. Mas os anos passaram e as fake news se tornaram um terreno fértil e perigoso.

Durante a pandemia, elas influenciam inclusive o debate sobre saúde, espalham desinformação e prejudicam os esforços de enfrentamento do problema. Por isso, esse tipo de especialista está se tornando indispensável. Para ser um profissional dessa área, um bom começo é investir em uma graduação em Jornalismo ou cursos que envolvam TI. Depois, organizações como a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) oferecem cursos e oficinas totalmente voltados a essa função.

Imagem: Pexels
  1. – Saúde mental e bem-estar – Passar a maior parte do tempo em casa, longe de amigos e familiares, com um vírus potencialmente letal circulando entre as pessoas é um enredo próximo aos de filmes pós-apocalípticos. Não à toa, um levantamento realizado pela SEMrush apontou que as buscas por termos como “terapia” e “psicólogo online” dispararam depois da chegada da quarentena. Entre fevereiro e março, o aumento de procuras por esses termos foi de 50% e 83%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2019.

Nesse cenário, profissões voltadas à promoção do bem-estar devem ser cada vez mais necessárias. Para trabalhar nessa área, é necessário cursar uma graduação em Psicologia, por exemplo. Também valem opções que promovem o bem-estar físico, social e mental, como uma pós-graduação em Terapias Integrativas e Complementares, prática reconhecida pela OMS.

Para Inocente, esses profissionais precisam ser “alguém que encontra a confluência entre psicologia, saúde mental e nutrição, por exemplo”. Outro aspecto que a pandemia trouxe ao debate, segundo ele, foi a questão da sexualidade. “Os terapeutas perceberam a evolução da demanda em seus consultórios, o que culmina em mais procura por educação continuada nesta área”.

  1. – Vacinas – A falta de tratamentos comprovadamente eficazes para a Covid-19 tornou a busca por uma forma de imunização contra a doença uma urgência. Por isso, laboratórios de todo o mundo começaram uma corrida para desenvolver, testar e produzir uma vacina o mais rápido possível.

Especialistas de todo o mundo alertam que pandemias podem se tornar mais comuns, o que significa que profissões que lidam com o desenvolvimento de vacinas estarão em alta por um bom tempo. Uma boa opção de curso superior para quem quiser se dedicar a essa tarefa é a Biomedicina – que pesquisa a interação entre microrganismos e o sistema biológico humano.

  1. – Meio Ambiente – O crescimento da população global, a urbanização e a industrialização da agricultura provocam uma crescente demanda e exploração de recursos naturais, trazendo consequências como a alteração dos ecossistemas, levando as pessoas a cada vez mais se aproximarem de animais selvagens que podem ser vetores de doenças.

O uso excessivo de pesticidas, medicamentos e outros contaminantes que são lançados no ambiente, por exemplo, acarretam em mudanças genéticas em microrganismos e aumentam a probabilidade de doenças zoonóticas, como a própria Covid-19, alcançarem os humanos.

“Os motores centrais da destruição e invasão dos ecossistemas são econômicos e sociais e requerem soluções complexas que, por conseguinte, dependem de profissionais com visão interdisciplinar”, afirma o professor do Programa de Pós-Graduação em Gestão Ambiental e da Business School da Universidade Positivo, John James Loomis.

Imagem: Pexels

Segundo ele, embora profissionais ligados ao meio ambiente não possam evitar a próxima pandemia, eles podem tomar medidas para recuperar e fortalecer os ecossistemas que, em última instância, servem como barreiras para o surgimento de doenças.

  1. – Responsabilidade Social – Uma pesquisa realizada pela Central Press com executivos de empresas de diversos tamanhos revelou que, mesmo 49% deles relatando queda de 50% a 100% no faturamento da empresa, 35% das organizações ampliaram as doações e projetos sociais por conta da pandemia. O momento fez as empresas se atentarem à responsabilidade social – e essa atitude veio para ficar.

O relatório especial do Edelman Trust Barometer 2020: Confiança nas Marcas, que ouviu mais de 22 mil pessoas, em 11 países, entre o fim de maio e o início de junho, revelou que, para 69% dos brasileiros, tão importante quanto o produto ou o serviço é a forma das marcas contarem o que estão fazendo para ajudar o próximo e a empatia dos porta-vozes.

Ou seja, os consumidores, mais do que nunca, estão atentos às marcas e isso tem incentivado ainda mais as empresas a assumirem e a divulgarem claramente seus compromissos sociais. Os profissionais da área de responsabilidade social geralmente vêm de cursos da área de Humanas. Já existem inúmeras especializações na área disponíveis no mercado.

  1. – Legal Tech ou Direito Digital – O encontro de todas as atuações profissionais com a tecnologia é inadiável, mas, segundo Inocente, no Direito esse impacto será sentido de forma mais rápida e intensa, com as atenções voltadas à cibersegurança e à Lei Geral de Proteção de Dados.

“O uso da inteligência artificial para a revisão de documentos, busca de jurisprudência, envio de cartas e memorandos padrão, traz um componente de machine learning muito forte à atividade do advogado. O contencioso se amplia em oportunidades de atuação no que diz respeito, por exemplo, à proteção de direitos autorais, que se amplia em necessidades quando a facilidade de propagação de informações ganha a escala de multiplataforma”, analisa.

Ele também destaca oportunidades para o consultivo: “a proliferação de startups e suas necessidades específicas exigem atualização em contratos, aspectos tributários e societários. O mercado se move rápido, os profissionais do direito devem ser capazes de acompanhar”, alerta.

Fonte e mais informações: Universidade Positivo (www.up.edu.br).