O financiamento para inovação é um processo multifacetado que envolve diversas fontes de recursos, sendo essencial para impulsionar avanços tecnológicos e pesquisa em empresas e instituições brasileiras. Diferentes atores desempenham papéis cruciais nesse cenário, desde governos até instituições financeiras e empresas privadas.
A combinação certa de fontes de financiamento depende das necessidades específicas de cada empresa, seu estágio de desenvolvimento e sua capacidade de absorver riscos. Condições e requisitos associados a cada forma de financiamento devem ser cuidadosamente considerados. Em muitos casos, o suporte governamental, por meio de políticas e programas de incentivo, desempenha um papel significativo no estímulo à inovação em nível nacional.
Para Rodrigo Miranda, CEO da G.A.C. Brasil, consultoria francesa especializada em inovação e desempenho, ao investir em pesquisa e desenvolvimento, as empresas conseguem estimular a criação de novas tecnologias, aumentando sua competitividade no mercado. Além disso, a inovação impulsiona a eficiência operacional, possibilita o acesso a novos mercados e favorece o desenvolvimento de parcerias estratégicas.
“A captação de recursos não apenas auxilia na conformidade com exigências regulatórias, mas também pode gerar incentivos fiscais, fortalecer a imagem da marca e atrair investidores, contribuindo para a resiliência da empresa diante de mudanças no ambiente de negócios”, completa Miranda. Recursos reembolsáveis são uma forma de financiamento público que difere de recursos não reembolsáveis, como subvenções.
Esses recursos envolvem a aplicação de juros subsidiados pelo governo e são pagos em parcelas regulares ao longo de um período de tempo estendido, com maior prazo de carência. Podem ser provenientes de instituições financeiras, investidores privados, governos e programas de desenvolvimento.
Por outro lado, recursos não reembolsáveis não exigem devolução, permitindo concentrar esforços na criação e desenvolvimento de soluções inovadoras, sem a preocupação de pagamentos futuros. Esses recursos podem ser provenientes de fundações, instituições governamentais e programas de fomento à pesquisa e desenvolvimento.
A subvenção econômica é uma forma de apoio financeiro oferecida por órgãos governamentais e instituições de fomento. Tem como objetivo incentivar a inovação, o desenvolvimento tecnológico e a competitividade empresarial. Diferentemente de um empréstimo convencional, a subvenção econômica é um recurso não reembolsável, fornecido por entidades como a Finep, CNPq, BNDES e fundações de amparo à pesquisa.
Confira os principais programas de financiamento:
. Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) – É uma agência vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e oferece diversos programas de financiamento para pesquisa e inovação. Em 2023, a Finep alcançou um marco histórico ao liberar um recorde anual de R$ 4,5 bilhões em operações de crédito, representando o maior volume financiado na história da instituição.
. Finep Apoio Direto à Inovação – Busca-se apoiar as iniciativas inovadoras das empresas do Brasil, visando ampliar a competitividade tanto a nível nacional quanto internacional. Além disso, o objetivo é impulsionar as atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação no país, promovendo o fortalecimento tecnológico das cadeias produtivas locais e a integração mais efetiva das empresas brasileiras nas redes globais de valor.
. Finep Inovacred – Direcionado a empresas que buscam fortalecer sua capacidade de inovação. Seja para desenvolver novos produtos, aprimorar processos, investir em pesquisas ou expandir infraestrutura tecnológica, o Inovacred visa impulsionar o crescimento e a competitividade dos negócios.
. Finep Subvenção – Disponibiliza recursos financeiros não reembolsáveis por meio de um programa de subvenção para apoiar projetos inovadores em empresas de diversos setores.
. Finep 2030 Empresarial – É um Programa Prioritário dentro do Programa Rota 2030 – Mobilidade e Logística do Governo Federal. Seu propósito é desenvolver a cadeia do setor automotivo, fomentando projetos de diferentes níveis de maturidade tecnológica (TRL 1 a 9), desde redes de Institutos de Ciência e Tecnologia (ICT) até o suporte não reembolsável a empresas, seja por meio de investimento ou apoio a projetos inovadores.
. BNDES – Tem linhas de financiamento para projetos inovadores, com destaque para o apoio à inovação em empresas e setores estratégicos.
. BNDES – Finem – Crédito Inovação Direto – Oferece recursos financeiros não reembolsáveis para apoiar projetos inovadores em empresas de diferentes setores, por meio de um programa de subvenção.
. PIPE (Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas) – Coordenado pela FAPESP, apoia a pesquisa em pequenas empresas com o objetivo de estimular a inovação.
. PITE (Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica) – Também coordenado pela FAPESP, objetiva fortalecer o relacionamento no estado de São Paulo entre instituições de ensino superior e pesquisa, e empresas, por meio da realização de projetos de pesquisa cooperativos e cofinanciados pelas empresas parceiras. O modelo de financiamento do programa é não reembolsável.
. EMBRAPII – Administra recursos não reembolsáveis utilizados em projetos entre empresas e as Unidades e Polos EMBRAPII. A alocação desses recursos é realizada de forma conjunta entre a EMBRAPII, a empresa e as Unidades e Polos.
. Lei do Bem – Apesar de não ser um programa de financiamento diretamente, a Lei do Bem oferece incentivos fiscais para empresas que investem em atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação.
. Rota 2030: É um programa do governo federal que estabelece regras para a fabricação de automóveis produzidos e comercializados no Brasil nos próximos 15 anos após a publicação do programa.
. Lei de Informática: É um conjunto de medidas no Brasil destinado a incentivar a indústria de tecnologia, oferecendo vantagens fiscais a empresas que fabricam produtos eletrônicos no país.
Subvenções e editais específicos: Além das linhas citadas, existem editais para financiamento à inovação no Brasil que são geralmente lançados ao longo do ano por diversas agências governamentais, fundações de pesquisa e órgãos de fomento à ciência e tecnologia. Embora as datas específicas possam variar entre os programas e instituições, eventos, conferências e feiras relacionadas à inovação e pesquisa podem ser momentos estratégicos para o anúncio de novos programas de financiamento. Participar desses eventos oferece a oportunidade de obter informações em primeira mão.
Confira 5 dicas para captar recursos públicos para inovação:
- Mapeie as oportunidades internas: identifique quais projetos existentes na empresa possuem potencial para a captação de recursos públicos para inovação, assim como o tipo de inovação que será desenvolvida e seu grau de maturidade.
- Mapeie as oportunidades externas: verifique as linhas de recursos públicos mais adequadas à sua empresa e aos seus respectivos projetos.
- Analise os critérios: valide os critérios necessários para a adequação da linha escolhida (critério econômico, garantias necessárias, cronograma financeiro, entre outros).
- Alinhamento do plano de negócio: estruture o plano de negócio de acordo com a linha desejada.
- Faça parcerias estratégicas: para auxiliar nesse processo, conte com o know-how de empresas especializadas. A G.A.C. Brasil, consultoria global de inovação e desempenho, atua há mais de 20 anos auxiliando seus clientes a impulsionarem seus resultados com serviços e ferramentas para inovação. – Fonte e mais informações, acesse:
(https://group-gac.com.br/).