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Prioridade é renovar com a Argentina, diz novo presidente da Anfavea

em Manchete Principal
segunda-feira, 25 de abril de 2016

Anfavea: “O nosso foco é sempre o livre-comércio, mas entendemos o momento que os países estão enfrentando”.

Diante do impasse político no Brasil, o antigo desejo das montadoras de assinar um acordo de livre-comércio com a Argentina ficou mais uma vez para depois. Em sua primeira coletiva como presidente da Anfavea, Antonio Megale, reconheceu ontem (25), a dificuldade de obter o livre-comércio neste momento e disse que, com isso, a prioridade agora é renovar o atual acordo, que expira em junho e impõe limites para exportação e importação.
“O nosso foco é sempre o livre-comércio, mas entendemos o momento que os países estão enfrentando. Então, estamos trabalhando com a renovação do acordo vigente. Os dois governos já estão sentados, sempre no sentido de que o acordo seja renovado. Os dois têm o maior interesse nisso”, afirmou. Embora a Anfavea só tenha reconhecido agora a dificuldade de assinar um acordo de livre-comércio com a Argentina, as negociações já davam sinais de que iriam fracassar, em razão de uma resistência do governo argentino em aceitar as condições.
Agora, o maior desafio da Anfavea será convencer as partes envolvidas a assinar um acordo de maior duração, já que as últimas renovações foram feitas por somente um ano. “Precisamos de mais previsibilidade para trabalhar”, justificou Megale. “Mas no momento talvez a gente não consiga um acordo de longo prazo”, ponderou em seguida. Pelo acordo vigente, para cada US$ 1,5 milhão em carros e peças vendidos para a Argentina, livre de impostos, o Brasil tem de comprar US$ 1 milhão do país vizinho, também sem tributação. O que for além disso, tem alíquota de 35%
Enquanto a situação com a Argentina segue indefinida, a entidade pretende ampliar a sua relação com outros países, em especial na América do Sul. “A Argentina é nosso principal mercado no exterior, mas se somarmos Colômbia, Peru e Equador, já temos o equivalente a uma Argentina”, explicou. “Queremos abrir novos mercados, mas também melhorar os acordos que já temos com outros países”, disse.
O novo presidente da Anfavea é engenheiro mecânico, tem 59 anos e, além de presidir a entidade, ocupa o cargo de diretor de Assuntos Governamentais na Volkswagen. Ao assumir o lugar de Luiz Moan na associação, Megale determinou como prioridade para sua gestão o aumento da previsibilidade dos negócios. “Temos de ter regras claras, não podemos mudar as regras no meio do jogo”, disse, repetindo o que vários empresários têm dito durante a crise política e econômica do País.
Em relação à crise política, Megale reforçou o discurso do empresariado de que o impasse deve ser solucionado o mais rápido possível para que o crescimento econômico possa ser retomado. No entanto, independentemente dos desdobramentos, ele espera que a recuperação do mercado de veículos seja iniciada no fim deste ano, assim como esperava o seu antecessor (AE).