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Previsões para empresas e usuários de tecnologia

em Manchete Principal
segunda-feira, 13 de novembro de 2023

O Gartner, líder mundial em pesquisa e aconselhamento para empresas, anuncia suas principais previsões estratégicas para 2024 e para os próximos anos. Os analistas destacam que a Inteligência Artificial Generativa (GenAI) mudou a forma de pensar dos líderes sobre todos os assuntos e sobre como criar uma empresa mais flexível e preparada para o futuro.

“A Inteligência Artificial Generativa apresenta uma oportunidade para realizar coisas que nunca eram possíveis no âmbito da existência humana”, diz Daryl Plummer, Vice-presidente e analista do Gartner. “Os CIOs (Chief Information Officers) e os executivos de alto escalão irão abraçar os riscos de usar a Inteligência Artificial Generativa para conseguirem colher benefícios sem precedentes”, diz ele.

“Este é o primeiro ano completo no qual a Inteligência Artificial Generativa está no centro de todas as decisões estratégicas, liderando todas as outras inovações tecnológicas. A Inteligência Artificial Generativa quebrou barreiras e continua criando entusiasmo”, afirma o analista.
As principais previsões do Gartner são:

Até 2027, o valor da produtividade da Inteligência Artificial (IA) será reconhecido como um indicador econômico fundamental – Os governos têm um forte compromisso com Inteligência Artificial e estão priorizando estratégias e planos que reconhecem a IA como uma tecnologia essencial nos setores público e privado. A incorporação da IA no planejamento de longo prazo de diversas nações está sendo reforçada por meio da implementação de atos e regulamentações correspondentes para apoiar as iniciativas relacionadas a esta tecnologia. “O uso pelos diversos países irá solidificar a IA como um catalisador para aumentar a produtividade e impulsionar a economia digital”, diz o analista do Gartner. “A implementação bem-sucedida de iniciativas de IA em larga escala requer o apoio e a colaboração de diversas partes interessadas, demonstrando a capacidade de mobilização e convocação de recursos nacionais.”

Imagem: dem10_CANVA

Até 2027, as ferramentas de Inteligência Artificial Generativa serão usadas para explicar os sistemas legados e criar substituições adequadas, reduzindo os custos de modernização em 70% – Para o analista do Gartner, “a maturidade dos modelos de linguagem ampla (LLMs) oferece uma oportunidade para que os CIOs encontrem um mecanismo confiável, e há muito esperado, para modernizar de maneira econômica as aplicações de legado”, afirma Plummer. “Os CIOs podem criar unidades de teste dedicadas para avaliar os resultados gerados pelos LLMs de GenAI e, ao mesmo tempo, estabelecer processos de gerenciamento de mudanças e aprimoramento de habilidades para permitir que a força de trabalho maximize a produtividade durante todo o ciclo de modernização.”

Até 2028, os gastos das empresas no combate à desinformação ultrapassarão US$ 30 bilhões, canibalizando cerca de 10% dos orçamentos de marketing e de segurança cibernética para combater uma ameaça multifacetada – Informações falsas e a desinformação influenciam os mecanismos de tomada de decisão dos humanos e das máquinas, tornando o trabalho extremamente difícil de ser realizado, detectado e desativado. A desinformação de forma geral apresenta ameaças em três áreas funcionais distintas: segurança cibernética, marketing e Inteligência Artificial.
“O rápido crescimento da GenAI fez com que os reguladores se preocupassem em analisar como informações falsas podem ser um dos riscos associados para a disponibilidade da GenAI e para agentes mal-intencionados”, afirma Plummer. “As empresas que se mantiverem atentas aos agentes mal-intencionados, aos órgãos reguladores e aos fornecedores de ferramentas e de tecnologias provavelmente obterão uma vantagem significativa sobre os concorrentes.”

As empresas que se mantiverem atentas aos agentes mal-intencionados, aos órgãos reguladores e aos fornecedores de ferramentas e de tecnologias provavelmente obterão uma vantagem significativa sobre os concorrentes.

Até 2027, 45% dos diretores de segurança da informação (CISOs) ampliarão suas atribuições para além da segurança cibernética, devido à crescente pressão regulatória e à expansão das áreas de ataque – O CISO (Chief Information Security Officer) supervisiona o portfólio geral de ativos digitais, mas as responsabilidades pelo gerenciamento de segurança e pelos ativos digitais estão fragmentadas em várias equipes e áreas. O Gartner alerta que isso cria inconsistências no suporte a divulgações regulatórias, na segurança digital e no gerenciamento eficaz de incidentes de segurança, reduzindo o desempenho geral das empresas. A expansão do portfólio do CISO permitirá a unificação da gestão de segurança, fornecendo supervisão do processo consolidado de gerenciamento de incidentes de segurança em toda a empresas.

Até 2028, a taxa de sindicalização entre os trabalhadores do conhecimento aumentará em 1.000%, motivada pela adoção da GenAI – Os executivos são rápidos em apontar a Inteligência Artificial como a causa da eliminação de cargos. Portanto, é importante que os líderes comuniquem claramente aos seus funcionários a intenção de usar IA. Isso evitará consequências não intencionais como aumento da ansiedade dos profissionais com a tecnologia. As empresas que adotarem a GenAI e não conseguirem lidar claramente com a ansiedade de seus trabalhadores do conhecimento terão taxas de rotatividade de pelo menos 20%. “As organizações devem concentrar seus esforços de IA para melhorar a produtividade e a qualidade do trabalho, em vez de apenas automatizar funções”, afirma Plummer. “Mantenha-se firme no que a tecnologia pode e não pode oferecer porque ainda há uma quantidade substancial de hype influenciando as expectativas.”

Em 2026, 30% dos profissionais aproveitarão os filtros de carisma digital para alcançar avanços anteriormente inatingíveis em suas carreiras – Um filtro de carisma digital solicita e analisa as comunicações para torná-las mais eficazes socialmente em várias situações. Ele estimula antes, durante e depois as interações para tornar os líderes e seus colegas de trabalho mais eficazes nas circunstâncias sociais nas quais desejam se destacar. Os filtros digitais de carisma irão melhorar a capacidade das empresas de expandirem suas contratações para incluir profissionais com experiencias mais diversificadas. “As companhias podem expandir seu pool de talentos incorporando o uso de assistentes de filtro de carisma digital para melhorar a congruência das interações em todas as fases do recrutamento e, também, da contratação”, diz Plummer. “Acelere o acesso aos assistentes com carisma digital pressionando os fornecedores de aplicações e produtividade empresarial sobre como eles estão incorporando esses recursos em suas soluções”, acrescenta o analista.

Imagem: Umnat_Seebuaphans_Images_CANVA

Até 2027, 25% das empresas listadas na Fortune 500 irão recrutar ativamente talentos neurodivergentes em condições como autismo, TDAH e dislexia para melhorar o desempenho dos negócios – Para o Gartner, as companhias que contratarem e mantiverem talentos neurodivergentes terão maior envolvimento dos funcionários, produtividade e inovação em toda a força de trabalho. Diversas empresas da Fortune 500 já estão investindo em programas de contratação de neurodiversidade e estão observando impactos no envolvimento e nos resultados dos negócios. As companhias precisam estabelecer um programa de divulgação para aumentar a capacidade de descoberta de talentos neurodiversos. O Gartner recomenda que as empresas acelerem os esforços aproveitando as práticas recomendadas por seus especialistas e as lições de outras organizações que já estão trabalhando com a neurodiversidade. “Inclua pessoas neurodivergentes nos cargos de liderança da empresa”, recomenda Plummer. “Ter uma liderança abertamente neurodivergente promove uma cultura de inclusão e pode ser a iniciativa mais valiosa a ser tomada do ponto de vista dos funcionários neurodivergentes.”

Até 2026, 30% das grandes empresas terão canais ou uma unidade de negócios dedicada para acessar mercados de machine customer – Os machine customers irão forçar uma reformulação das principais funções, como cadeia de suprimentos, vendas, marketing, atendimento a clientes, comércio digital e experiência dos usuários. De fato, até 2025, mais de 25% dos centros de vendas e de serviços de grandes empresa irão receber chamadas de machine customers. “Os machine customers precisarão de seus próprios canais de vendas porque são capazes de fazer transações em alta velocidade e o volume de variáveis de decisão que usam excede, em muito, a capacidade humana”, afirma Plummer. “Os machine customers exigirão talentos, habilidades e processos diferentes que talvez não existam em empresas focadas no cliente humano.”

Até 2028, haverá mais robôs inteligentes do que trabalhadores na linha de frente nos setores de manufatura, varejo e logística devido à escassez de mão de obra – A maioria das empresas de manufatura, varejo e logística não conseguirá encontrar ou reter profissionais suficientes para apoiar suas operações. Isso irá gerar dificuldades para encontrar trabalhadores suficientes para atuarem na linha de frente das companhias na próxima década. Os robôs ajudarão a preencher essa lacuna. Uma recente pesquisa do Gartner mostra que 96% dos funcionários de tecnologia da cadeia de suprimentos implementaram ou planejam implementar a automação ciberfísica e 35% já adoram robôs, sendo que 61% já estão em fase-piloto ou no meio da primeira implementação.

Até 2026, 50% dos membros do G20 sofrerão racionamento de eletricidade, transformando as operações com consciência energética em uma vantagem competitiva ou em um grande risco de falha – As infraestruturas de rede envelhecidas estão limitando a capacidade de adicionar novas formas de geração de eletricidade, mas a demanda por energia continuará aumentando. As empresas estão avaliando o preço e a acessibilidade da energia como uma competitividade, o que significa que o acesso estável à eletricidade se tornará uma vantagem competitiva. Por isso, muitos líderes já estão criando operações com consciência energética por meio da otimização e do investimento direto na geração de energia. O Gartner recomenda que as empresas aproveitem a eficiência energética para estabelecerem uma vantagem competitiva de longo prazo, reduzindo estruturalmente o consumo de energia. “Avalie o investimento de sua empresa incluindo os custos atuais e futuros previstos de energia”, diz Plummer.