São Paulo – O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse que é preciso acompanhar com cuidado o comportamento do preço do barril de petróleo após a mudança das perspectivas de produção global nesta semana. Segundo o executivo, a decisão da Opep de cortar a produção para forçar uma alta no preço da commodity pode incentivar a concorrência da indústria do shale gas (gás de xisto), o que pressionaria novamente o preço do barril para baixo.
“A decisão da Opep gerou crescimento de preços nos últimos dias. Temos que olhar com muito cuidado, pois a sustentação destes novos níveis dependem muito da produção do shale”, avaliou o executivo durante palestra na Abiquim. “Isso pode atrair mais produção de shale e trazer os preços do barril para entre US$ 40 e US$ 50”, acrescentou. Segundo Parente, esse é o patamar de preços que garante a viabilidade econômica da produção do gás de xisto. Hoje, o barril do petróleo tipo Brent era negociado em torno de US$ 54.
O presidente da estatal ressaltou que a indústria do gás de xisto colocou em xeque a indústria tradicional de óleo e gás, pois requer aportes menores e tem maturação mais rápida. “É possível ter um campo de shale produzindo em menos de três anos. Já na nossa indústria tradicional, precisamos de sete a quinze anos para colocar um campo em exploração”, comparou.
Parente acrescentou que a mudança no cenário global do setor de óleo e gás teria levado a Petrobras a realizar ajustes no seu plano estratégico de qualquer forma, assim como ocorreu em outras companhias. “Todas as grandes empresas mundiais embarcam em um processo de emagrecimento, com venda de ativos, adequação do pessoal e redução dos gastos de custeio e investimentos”, exemplificou. “A Petrobras teria que fazer ajustes independentemente da sua situação financeira bastante apertada” (AE)
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