Brasília – O Ministério da Fazenda acredita que a atividade econômica brasileira poderá parar de cair no terceiro trimestre e voltar a crescer a partir do último trimestre de 2016. A análise difere daquela apresentada por alguns analistas de mercado, que já apostam em crescimento apenas em 2018. A pasta divulgou nota ontem (3), para comentar o resultado do PIB de 2015, o qual apresentou queda de 3,8% na economia brasileira.
O texto afirma que a retração da atividade econômica em 2015 foi fruto de vários fatores, como a queda dos preços das commodities, a crise hídrica no início do ano, os desinvestimentos da cadeia de petróleo, gás e construção civil, o realinhamento de preços relativos na economia e o ajuste macroeconômico “necessário”. “Vários desses fatores não devem se repetir na mesma intensidade em 2016, de forma que, após ter absorvido plenamente seus efeitos, a economia poderá se estabilizar no terceiro trimestre e apresentar crescimento positivo a partir do quarto trimestre deste ano”, afirma.
A Fazenda ressalta que alguns dos choques, como o realinhamento de preços relativos, têm resultados positivos para a economia ao longo do ano e contribuem para o reequilíbrio do setor externo. “O ano de 2015 foi o primeiro desde 2006 em que o setor externo contribuiu de forma positiva para o crescimento”, completa a nota. Para o ministério, o grande desafio é recuperar a demanda interna, o que estaria sendo buscado com a atuação do governo em várias frentes. “No momento em que as medidas produzirem efeitos, será possível retomar o crescimento econômico, com geração de renda e emprego em bases mais sustentáveis”.
A nota destaca o esforço fiscal feito em 2015 e 2016, com medidas de contenção de despesas. Por conta da queda da atividade econômica, o governo vai pedir ao Congresso a possibilidade de reduzir a meta de superávit primário do ano em caso de frustrações de receitas e o pagamento de investimentos e despesas com saúde. Além disso, a nota reitera que, até o fim do mês, o governo encaminhará ao Congresso proposta de reforma fiscal de longo prazo, com limites para a expansão das despesas, e, até abril, a proposta de reforma da Previdência.
O ministério cita ainda as medidas para expansão do crédito, anunciadas no mês passado, e a renegociação para o alongamento das dívidas dos estados, que terá a exigência de contrapartidas. “A renegociação criará espaço fiscal de curto prazo, permitindo novos investimentos e, ao mesmo tempo, aperfeiçoará os mecanismos de controle fiscal”, acrescenta (AE).
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