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Ociosidade na indústria deve atingir recorde em 2016, afirma CNI

em Manchete Principal
quinta-feira, 28 de julho de 2016

Máquinas paradas desestimulam os investimentos e dificultam a retomada do crescimento da economia e a criação de empregos.

A indústria brasileira deve atingir novo recorde de ociosidade neste ano. A informação consta de Nota Econômica divulgada ontem (28), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
“Em 2016, a utilização da capacidade instalada permanece baixa, inferior à observada em 2015”, diz a nota. O documento aponta que mais de um terço das máquinas e equipamentos do setor está parado, o que compromete a situação financeira das empresas.
Em junho, a utilização média da capacidade instalada ficou em 64%, um ponto porcentual abaixo do registrado no mesmo mês de 2015. Nos meses de janeiro e fevereiro, atingiu 62%, o nível mais baixo dos últimos 15 anos, indicando que 38% do parque industrial ficou parado nos dois primeiros meses deste ano. “A alta ociosidade traz prejuízos para todos.
Além dos custos altos, máquinas e equipamentos parados desestimulam os investimentos e dificultam a retomada do crescimento da economia e a criação de empregos”, afirma na nota o presidente da CNI, Robson Andrade. Ele defende que sejam feitos os ajustes necessários à recuperação da confiança dos empresários e dos consumidores, como o controle dos gastos públicos, a reforma da Previdência e a modernização da infraestrutura.
Segundo avaliação da CNI, a elevada ociosidade foi determinada pela queda da demanda, que teve início ainda no final de 2013. Esse ajuste da produção à demanda, diz a entidade, começou nas indústrias que produzem bens de maior valor e bens de capital, como automóveis e caminhões. Em 2015 e 2016, a ociosidade aumentou em setores de produtos de consumo não duráveis, como alimentos, vestuário e material de limpeza.
A entidade destaca ainda que a alta ociosidade prejudica as condições financeiras das empresas, porque a manutenção de máquinas e equipamentos, mesmo parados, tem custos fixos, que independem do número de bens produzidos.
“Quando se produz pouco – muito abaixo da capacidade, como em 2015, o custo fixo de produção é dividido por um menor número de unidades produzidas. Quando o custo por unidade produzida aumenta muito, sua produção pode se tornar inviável e forçar a empresa a fechar”, alerta a CNI (AE).