De acordo com a organização, “a construção de um consenso político em torno do sistema previdenciário será um grande desafio para o governo de Jair Bolsonaro”. Foto: Marcelo Correa/Exame
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) previu ontem (11) que a economia do Brasil terá um crescimento de 2,1% do PIB em 2019 e de 2,4% em 2020, mas avisou que essa tendência pode variar se o país não reformar o sistema de previdência. A organização, que reúne a maioria dos países ricos, revisou para baixo o crescimento do PIB em 2018, que passará de 2% a 1,2%, e em 2019, de 2,8% a 2,1%. O secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, atribuiu essa forte desaceleração à queda dos preços das matérias-primas e a fatores internos.
“No caso do Brasil, existe uma transição muito grande (a eleição do novo presidente) que sempre gera um pouco de ‘vamos ver quais são os sinais, quais são as regulações’”, afirmou. Segundo ele, este é um processo “normal”, pois todos os governos levam um tempo nos primeiros anos até poder “decolar”. A OCDE também defendeu estender o programa “Bolsa Família” para mais camadas da população, que, conforme os seus cálculos, só representa 0,5% do PIB brasileiro.
De acordo com a organização, “a construção de um consenso político em torno do sistema previdenciário será um grande desafio para o governo de Jair Bolsonaro”. “Se a incerteza sobre as reformas diminuir, o investimento será fortalecido”, acrescentou a OCDE, que constatou a recuperação do PIB, iniciada em 2017 depois da grande recessão de 2015 e 2016, a melhoria do mercado de trabalho e o aumento do consumo interno.
Segundo a organização, a inflação seguirá sob controle, apesar do seu leve aumento de até 4,6% e 4,3% em 2019 e 2020, respectivamente, com relação a 2018 (3,8%). O organismo defendeu que o Brasil deve acabar com o subsídio ao diesel, pois “representa um freio à economia” pública, e recomendou que o país aposte “em uma maior integração na economia global” que melhore “a efetividade” das empresas brasileiras (Agência EFE).