Brasília – Em seu pronunciamento na cerimônia de reinstalação do Conselhão, ontem (28), o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, defendeu a expansão do crédito adotando sete medidas. Pelos seus cálculos, elas têm potencial de elevar a oferta de crédito em R$ 83 bilhões. A primeira é a retomada da linha de pré-custeio do Banco do Brasil, na modalidade crédito rural, no valor de R$ 10 bilhões.
Barbosa também sugeriu a aplicação de recursos do FGTS em CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários), liberando a capacidade de financiamento para novas operações, com objetivo de aumentar o crédito habitacional também no valor de R$ 10 bilhões. O maior empenho apresentado por Barbosa foi para agilizar a aplicação do FI-FGTS em infraestrutura, além da emissão de debêntures de infraestrutura, no total de R$ 22 bilhões.
Em outra frente, Barbosa sugeriu reabrir linha de capital de giro do BNDES, com garantia do FGI, e redução da taxa de juros, no total de R$ 5 bilhões. Também no banco de fomento, o ministro anunciou a abertura de linha de refinanciamento para prestações do PSI e do Finame, no total de R$ 15 bilhões. Para o mercado exportador, o ministro da Fazenda falou em aumento de prazo máximo e redução da taxa de juros da linha de embarque, medida avaliada em R$ 4 bilhões.
Também propôs criar um limite legal para o crescimento do gasto público e estabelecer margem fiscal legal para acomodar flutuações de receita. Por último, o ministro anunciou a autorização da utilização do R$ 17 bilhões do FGTS como garantia para o crédito consignado, lembrando que a medida precisa de aprovação do Congresso Nacional.
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou que o que se vislumbra para este ano é um menor dinamismo da economia global e a manutenção de níveis altos de volatilidade e de incerteza. E que o BC tem atuado “e continuará atuando” para assegurar a estabilidade e o bom funcionamento do sistema financeiro e dos mercados, incluindo o mercado cambial do Brasil.
A presidenta da UNE, Carina Vitral, disse que é de fundamental importância a continuidade das políticas que valorizam as conquistas sociais. O presidente do Sistema OCB (cooperativas), Márcio Lopes de Freitas, destacou a importância das políticas de financiamento e renda, comercial e de tecnologia. “Juntos com os demais setores empresariais temos debatido propostas para enfrentar a crise”, disse Miguel Torres, presidente da Força Sindical. Alberto Broch, presidente da Contag, defendeu o desenvolvimento com fortalecimento da agricultura familiar, políticas de educação e cooperativismo.
Esta é a primeira reunião do Conselhão do ano, depois de um ano e meio sem a realização desse tipo de encontro. A reunião contou com a presença da presidenta Dilma Rousseff, além dos principais ministros do governo e de representantes da sociedade civil, do empresariado e de centrais sindicais (AE).
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