No próximo dia 25 será celebrado o Dia Nacional do Rádio. A data lembra o nascimento de Roquete Pinto, considerado o “Pai do Rádio Brasileiro”. Passados 98 anos da primeira transmissão radiofônica no Brasil, e diante do avanço tecnológico expressivo no século XXI, uma certeza: O rádio está mais vivo do que nunca.
A primeira transmissão radiofônica no Brasil aconteceu no dia 7 de setembro de 1922, em comemoração ao centenário da independência. De lá para cá, muitas formas de mídia surgiram, como a televisão e a internet. No entanto, mesmo com o avanço da tecnologia que trouxeram profundas mudanças na forma de se comunicar no século XXI, o rádio está se reinventando e está em plena forma. Até poucos anos atrás, as mudanças no entretenimento devido ao crescimento de novas formas de se comunicar, muitos pensaram que os rádios estavam com seus dias contados.
Aquele hábito de pegar um aparelho e sintonizar uma estação certamente pode acabar, mas isso não quer dizer o fim do rádio. Segundo o CEO da Tubelab, Fred Furtado, isso mostra o novo caminho do rádio: “As emissoras estão se reinventando como grandes centralizadoras de entretenimento, com música, diversão, notícia e outros conteúdos. Elas estão encontrando agora os caminhos digitais, por isso com a Internet os donos das rádios estão partindo cada vez nesta rota de difundirem seus conteúdos nos meios digitais”, ele conta.
Uma maneira interessante de aliar o rádio com a internet é a criação de podcasts. Fred mostra as vantagens deste estilo de conteúdo: “Eu penso que o podcast é mais um caminho que o rádio vai. Não vai ter ninguém que saiba fazer melhor um produto de áudio do que as empresas ligadas ao rádio”. Ele avalia ainda que “os donos de emissoras de rádio terão muita facilidade em produzir este tipo de conteúdo virtual, pois eles são os melhores profissionais que sabem trabalhar nesta atividade de criar algo para o público que envolva áudio e não tenha imagem” Confiante, ele acredita que esta vai ser uma plataforma para fazer o rádio crescer.
Quando a televisão chegou ao Brasil, em 1950, especialistas daquela época acreditaram que ali seria o fim do rádio. Setenta anos depois, a televisão também precisa se reinventar para se sustentar com as facilidades da internet e diante do crescimento do próprio rádio. O CEO da Tubelab comenta que “no formato como foi feito até hoje, a televisão tende a perder muita força. As grandes emissoras estão disponibilizando seus conteúdos em novas plataformas”. Por outro lado, essa crise se manifesta apenas no tipo de televisão que era feita até os dias atuais. “O meio pode enfraquecer, mas não as empresas, que estão cada vez mais fortes. É importante ressaltar isso”.
Mesmo com o advento de tanta tecnologia, o rádio se mantém forte, pois não são todos os brasileiros que têm acesso aos meios digitais. Segundo a pesquisa TIC Domicílios, do Comitê Gestor da Internet (CGI.br), o número de usuários de internet no Brasil em 2019 chegou a 134 milhões, ou seja, 74% da população acima de 10 anos de idade, sendo que 71% dos domicílios possuem acesso à rede. Logo, 28% dos brasileiros, e isso considerando uma população de 210 milhões (dados de 2020 informados pelo IBGE), ainda não estão conectados.
Outra pesquisa mostra que, enquanto isso, dois em cada dez brasileiros que possuem smartphone, ou seja, 20%, declaram que pagam por serviços de streaming de música. A descoberta fez parte da pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre uso de apps no Brasil. A proporção é praticamente metade daquela verificada em streaming de filmes e séries (38%). A diferença pode ser explicada por dois fatores.
O primeiro é que os principais serviços de música oferecem versões gratuitas em troca da reprodução de publicidade em áudio, enquanto o Netflix, líder do segmento de streaming de filmes e séries, não dá essa opção. Outra possível explicação é que muitas pessoas têm o serviço de música como parte integrante dos seus planos de telefonia e talvez não o percebam como um serviço pago, mas como um “brinde” da operadora. Se por um lado os avanços tecnológicos são nítidos em grandes centros, como São Paulo, por exemplo, Furtado lembra que a proporção continental do território brasileiro e destaca como a situação pode ser diferente em outros lugares:
“O Brasil é um país gigante e que ainda possui muitas diferenças em vários sentidos, inclusive neste caso se aplica um pouco das disparidades sociais. Ao mesmo tempo que temos uma população nos grandes centros já bastante adepta das ferramentas tecnológicas, nós ainda temos aqueles que ainda não tem o conhecimento ou a ferramenta necessária para buscar entretenimento pelos meios digitais”, finaliza. Fonte: MF Press Global.