A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, disse que está “trabalhando duro” para que ocorra a elevação da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre os combustíveis, atendendo a uma reivindicação do setor sucroalcooleiro. Segundo ela, a medida representaria um “salto importante” com diferentes efeitos positivos. De acordo com ela, um aumento da Cide dos atuais R$ 0,22 centavos por litro para algo em torno de R$ 0,60 representaria uma arrecadação extra para a União, entre R$ 12 bilhões e R$ 15 bilhões.
Ela acrescentou que, se o tributo subir para R$ 0,40, a arrecadação extra será menor, mas também expressiva. “E o setor de açúcar e álcool vai ser fortalecido”, disse lembrando que o etanol se tornaria mais competitivo frente à gasolina, o que recuperaria a rentabilidade do setor, ajudando tanto o caixa dos usineiros quanto o do governo.
Kátia Abreu também fez um apelo às instituições financeiras, na cerimônia de abertura da 38ª Expointer, solicitando mais agilidade na liberação de crédito para o setor de máquinas e implementos. “O governo fez o mais difícil em ano de crise, que foi aumentar (os recursos) em 20% o Plano Safra. Nós pedimos aos bancos que compreendam o momento de crise, mas não pesem nas exigências e garantias”, afirmou para uma plateia formada basicamente por produtores rurais, lideranças do setor e autoridades políticas da região.
Kátia disse que neste momento o Brasil precisa mais do que nunca do agronegócio para voltar a crescer e que espera que os bancos continuem sendo parceiros do setor como “sempre foram”. A ministra explicou que, em época de crise, os bancos costumam “apertar o cerco”, aumentando o nível de exigência para a aprovação de contratos, o que torna o processo mais lento. “Mas acontece que nossos produtores já são clientes tradicionais, e isso (esta demora) não procede”, argumentou.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Implementos Agrícolas, Cláudio Bier, em sua explanação durante a solenidade, disse que a dificuldade nas vendas tira o ânimo do setor. “Eu esperava uma queda de 20% do mercado este ano, mas vai ser mais”, falou.
Kátia Abreu negou que o Ministério de Desenvolvimento Agrário possa ser absorvido pelo Ministério da Agricultura na reforma ministerial que está sendo estudada. “Isso não está em pauta, absolutamente nunca foi tratado no governo”. Sobre os efeitos da crise política vivida pelo País, disse que o ambiente mais turbulento não prejudica o ministério de forma nenhuma (AE).
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